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Cartas ao director | Opinião

Aprender com os EUA

Sou uma americana a viver em Portugal, a assistir horrorizada ao colapso da democracia no meu país natal. Quero que o meu país de acolhimento aprenda com os erros cometidos nos Estados Unidos. A lição mais importante é esta: todos os que têm direito ao voto devem exercer esse direito!

Nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro passado, cerca de 36% da população elegível para votar não votou. Isso significa que quase 90 milhões de pessoas — mais do que o número de pessoas que votaram em Donald Trump ou Kamala Harris — não votaram.

O Guardian, um jornal britânico que acompanha de perto a política dos EUA, perguntou a esses eleitores por que não votaram. Muitos disseram ao Guardian que não gostavam de nenhum dos candidatos. Algumas pessoas que normalmente votam nos democratas abstiveram-se porque não concordavam com Harris em uma ou outra posição. Alguns disseram que não achavam que o seu voto faria diferença. Outros disseram que perderam a esperança na política.

Esse tipo de pensamento preguiçoso foi o que elegeu Donald Trump, colocando um aspirante a ditador na Casa Branca e lançando o mundo no caos. Os adultos elegíveis para votar devem assumir a responsabilidade de fazer escolhas difíceis.

Não consigo acreditar que a maioria dos americanos concorde com o que está a acontecer nos EUA neste momento. Acredito que, se aqueles quase 90 milhões de indivíduos que inventaram desculpas para não votar tivessem votado, esta catástrofe teria sido evitada.

Para os eleitores portugueses, a lição é esta: mesmo que não estejam satisfeitos com as várias opções disponíveis, informem-se, façam uma escolha e votem no dia 18 de Maio.

Votar é a forma de proteger a democracia, e a democracia é mais frágil do que podem imaginar. Basta olhar para os Estados Unidos.

Lola Butcher, jornalista americana a viver em Aveiro, Portugal

A inutilidade do voto útil

Tanto o PS como a AD têm insistido na velha tecla do voto útil. Até nisto revelam o mesmo desgaste que os tem impedido de apresentar novas soluções para os velhos problemas da habitação, saúde e justiça; mais do mesmo, ou nem isso.

Face às sondagens, a governabilidade agora exigida por Marcelo implica mais do que um partido no governo, ou um acordo prévio de incidência parlamentar, ou seja, uma maioria que terá de ser repartida. Nesse sentido, importará agora a um eleitor mais livre escolher um partido da sua preferência, mas disponível para contribuir para uma maioria estável; desaparece assim a necessidade de ficar em primeiro lugar, pelo que o voto útil é uma falácia obsoleta.

Esperemos que a grafonola gasta da democracia, tantos anos a virar o disco para tocar o mesmo, ganhe agora uma nova biodiversidade e rejuvenesça do pântano de senilidade que a tem vindo a atrofiar.

José Cavalheiro, Matosinhos

Critérios diferentes, porquê?

O mundo livre condena, e muito bem, Putin pela invasão da Ucrânia, pelas atrocidades cometidas e pelo seu conhecido desejo de reconstruir, como se tal fosse possível, a antiga URSS. Somos, todavia, muito benevolentes com Netanyahu, tão criminoso como Putin, e que continua a matar à fome milhares de palestinianos, incluindo milhares de crianças, pois não permite a passagem da ajuda humanitária que transporta alimentos e água. Ainda agora Netanyahu anunciou que, nos próximos dias, o Exército israelita vai entrar em Gaza “com toda a força” e não vê que a guerra possa parar. Continuamos, no mundo livre e mesmo assim, a tratar de forma muito diferente dois países e dois presidentes que agem de formas semelhantes e que não respeitam o direito internacional. Falo à vontade porque, desde sempre, nas minhas “cartas ao director”, tratei de forma igual Putin e Netanyahu, na medida em que os dois agem da mesma forma criminosa. Porque será que continuamos a agir de forma diferente, conforme se trata de um ou de outro? Ao fazê-lo, continuamos a negar o direito a simples comida a milhares de seres vivos. Esta é a verdade. Tudo o resto é fantasia.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

“Pepe” Mujica

“Pepe” Mujica, ex-Presidente do Uruguai, faz parte das pessoas imortais. O seu exemplo floresce os caminhos da fraternidade, beleza e bondade. Foi assertivo quando afirmou que muitos o admiram, mas poucos o copiam. Um político dirigente tem acesso a imensas regalias que não foram abraçadas por Mujica. Quando vemos ao ponto de incompetência a que chegaram os dirigentes políticos, custa ver partir fisicamente quem ousou elevar a política ao patamar da integridade e do desprendimento. Mujica, sempre.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

#Cartas #director #Opinião

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