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Cartas ao director | Opinião

Greves no século XXI

A greve foi o instrumento mais importante do operariado industrial para lutar contra a sua contínua e iníqua exploração pelos empresários gananciosos que desvalorizavam o trabalho e só reconheciam o seu direito ao lucro. A greve, diminuindo a produção, reduzia esse lucro. Os trabalhadores perdiam porque não trabalhavam, mas os patrões perdiam mais porque os lucros eram sempre muito maiores que o custo do trabalho operário. A greve é, hoje como ontem, uma identidade da democracia, pelo que todas a defendem e incluem nas suas leis. Mas o tempo mudou. Os operários e outros marginalizados de há um século foram substituídos por outro tipo de pobre: o pobre que trabalha, que tem salário, ainda que as mais das vezes miserável, tendo por isso também obrigações e protecção sociais. Pelo que a greve clássica deixou de prejudicar significativamente o patrão explorador e passou a perturbar a vida e as condições de sobrevivência dos novos pobres.

Hoje é necessário repensar este tipo de luta: aglutinando sindicatos para alargar a várias funções, em simultâneo, a luta social, fazendo greves de zelo prolongadas, não de dois ou três dias, mas de dois meses, com presença no local de trabalho, mas não cobrando bilhetes, taxas, serviços ou outra qualquer forma de rendimento dos mandantes. (…) A lei da greve não precisa de mudar. É a expressão prática desta que tem de mudar e “por iniciativa” dos que a ela têm de recorrer para conquistar o direito de viver dignamente, o direito ao respeito pelo trabalho.

M. M. Camilo Sequeira, Algés

Gaza

A maioria dos partidos políticos concorrentes às eleições, salvo honrosas excepções, foge como o diabo da cruz de esclarecer, não o que pensa, mas o que fará em relação a Gaza após as eleições. Fiquei atónito com a existência de um “Coordenador nacional para… promover a vida judaica” pago pelos meus impostos e não me lembro de nenhum partido ter falado em tal. Questiono-me sobre a razão de tal figura, visto que existem outras comunidades religiosas que deveriam ser objecto de tal cuidado.

Lamento profundamente que o morticínio e, particularmente, o Infanticídio que o Estado de Israel tem vindo a cometer em Gaza não seja objecto de condenação pelo Governo do meu país, nomeadamente reconhecendo o Estado da Palestina e condenando pública e veementemente o Governo de Israel. Um Governo que usa a fome como arma de guerra não merece qualquer consideração. (…)

Fernando Vasco Marques, Sintra

Portugal à noite

Muitos nos revemos no encantamento de Miguel Esteves Cardoso (M.E.C.) pela noite, tão bem descrito no seu artigo de anteontem. Porém, impedidos de a vivermos, em resultado do exagero de luz que as nossas autarquias teimam em (deixar) emitir para a atmosfera. Iluminação pública, cénica, privada. O exagero é uma escolha social, não uma inevitabilidade cósmica de emissão de fotões. Rouba-nos as estrelas, prejudica ecossistemas e saúde pública, consome energia, sob a capa de uma suposta propriedade mágica de “segurança”. Percepção, sim, segurança, não. Resultado: somos dos países com maiores índices de emissão de poluição luminosa, emitindo quatro vezes mais luz per capita do que a Alemanha. M.E.C. é um felizardo por poder desfrutar de um local onde existe a “doçura do escuro”. Inveja de todos quantos não podemos ter, em casa, essa “beleza que não se vê, mas sente-se”. E era tão simples. Que o seu belo texto convença mais alguns de que é possível, em simultâneo, iluminar (bem) e fazer regressar as estrelas que expulsámos.

Raul Cerveira Lima, Gondomar

E agora, a eleição

No final de uma campanha em que estiveram ausentes os verdadeiros temas importantes, nacionais e internacionais, agora o que os portugueses têm verdadeiramente de escolher é quem querem que governe o país nos próximos quatro anos. E a cada um de nós cabe esse direito e esse dever!

Com muitas críticas a qualquer um dos dois principais candidatos, teremos de optar pela personalidade que nos ofereça maior credibilidade e com maior sentido de Estado, que seja capaz de tomar decisões mais sensatas e ponderadas, que não use as redes sociais para fins que não os lúdicos e que saiba dirigir-se ao país quando tiver algo de importante e verdadeiro a comunicar, e o faça pelas vias oficiais.

A dispersão dos votos para que o Parlamento tenha muitas vozes e pontos de vista não foi muito produtiva na última legislatura. A abstenção, por outro lado, só favorece os extremismos. Votemos, pois, todos, em consciência!

Isabel Ribeiro, Lisboa

#Cartas #director #Opinião

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