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Cartas ao director | Opinião

O nosso TGV

Há já alguns anos que a União Europeia (UE) decidiu que só financiaria TGV se as linhas fossem em bitola europeia, o que era à partida uma discriminação ibérica. Os TGV concorrem com o avião e só serão viáveis se fizerem viagens com menos tempo do que eles.

Como as estações ferroviárias estão mais ou menos no centro das cidades, ganham ao avião o tempo de percurso entre esse centros e o aeroporto. Ganham também no tempo entre a chegada ao aeroporto e a partida do avião.

Considerando tudo isto, o tempo de viagem em TGV é rentável para viagens até três horas, o que corresponde a distâncias origem-destino de 300 km. Por isso, da Ibéria para a “Europa” só saem TGV de Barcelona e, mesmo assim, não chegam a ir a Paris.

António Costa disse que esperava que a UE mudasse as regras. Agora que ele lá está, esperemos (de preferência sentados).

Carlos Anjos, Lisboa

Obrigado, Luís!

Todos os meus heróis da literatura portuguesa falaram-me de ti. Pessoa (pelo silêncio) e Torga, pela qualidade e quantidade de informação, foram os que mais me marcaram. Devo acrescentar, também, Manuel Alegre.

Não duvido de que larguíssimas dezenas das 1102 estrofes de Os Lusíadas, e várias dezenas de sonetos (talvez cerca de cinquenta, como diria Eugénio de Andrade), podem dar aos portugueses uma auto-estima inquebrantável e uma vontade de quebrar o “quasi” que continuamos a ser.

Por mim, que trabalho essencialmente na área do Turismo Cultural, prometo-te — “génio” e “herói” — que continuarei a procurar inspiração e energias na 54.ª estrofe do 6.º canto de Os Lusíadas: “Fortíssimos consócios, eu desejo,/ Há muito já, de andar terras estranhas,/ Por ver mais águas que as do Douro e Tejo,/ Várias gentes e leis e várias manhas.”

Espero, caro amigo, que este novo Ministério — da Cultura, Juventude e Desporto — crie sinergias onde a tua obra seja sempre uma fonte de inspiração.

José Cymbron, Santarém

Tenhamos medo!

São tantos os casos caricatos que nos chegam dos EUA, de Trump, de Musk e dos dois juntos, que é até difícil seguir e digerir a saga americana iniciada com a tomada de posse do actual Presidente.

A charlatanice e a loucura atingiram uma tal dimensão que até os sorumbáticos e sempre crispados dirigentes do Kremlin fazem humor com a briga Trump/Musk e se oferecem para dirimir a magna questão — “não briguem rapazes”.

Hoje, ao ler as primeiras notícias do dia com origem na Casa Branca, não tive nada vontade de rir, pelo contrário! São apenas três que, embora de gravidade relativa, nos devem fazer pensar no que nos espera.

1) Trump envia a Guarda Nacional, uma força federal, para travar protestos na Califórnia em defesa do imigrantes legalizados e culpa o governador democrata de incompetente e escumalha;

2) Trump ameaça Musk com consequências muito sérias se ele passar a financiar elementos do Partido Democrata. Prisão? Retirar-lhe a nacionalidade americana e chutá-lo para a África do Sul de onde é natural?

3) Ao comentar o atentado ao candidato presidencial na Colômbia, Miguel Turbay, por um miúdo de 15 anos, e sem qualquer investigação sobre os reais autores, não hesitou em atribuir a responsabilidade à “violenta retórica de esquerda que emana do mais alto nível do Governo colombiano”, leia-se Gustavo Petro, o actual Presidente.

A continuar assim, com o mesmo ritmo e conteúdo, é caso para começarmos todos a ter medo do que se passa no outro lado do Atlântico. Muito medo mesmo!

Helder Pancadas, Sobreda

Prefiro governantes cinzentões

Governar um país não é dar espectáculo. Não é uma cena de teatro, um concerto de rock, um desafio de futebol, um reality-show ou um circo. Quem procure ou tenha vocação para este tipo de performances, por favor não se meta na política e não nos leve ao engano.

Na política, na governação, aos seus vários níveis, precisamos de pessoas rigorosas, estudiosas, preparadas, trabalhadoras, consistentes, ponderadas, honestas. Com visão de longo prazo. Com sentido de Estado. Bons comunicadores, bons ouvintes, bons executores.

Não precisamos de “artistas” ou entertainers. Nem de caras bonitas, nem vaidosos. Cheios de si, sedutores e sem dúvidas. Disso já tivemos e temos demasiado.

Nós não precisamos de governantes que nos entusiasmem, que nos excitem, que nos façam saltar na bancada. Não. Para inspiração, cada um que busque a sua nas múltiplas tonalidades da sua vida privada. Não na governação pública.

É tempo de ganharmos juízo como eleitores. Escolhamos governantes chatos e feios. Mas competentes e sérios.

Carlos Meira, Lisboa

#Cartas #director #Opinião

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