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Cartas ao director | Opinião

Um murro no estômago

Onde estão os políticos portugueses que conseguiram revitalizar a economia portuguesa após a recessão mundial de 2009? Aqueles que perceberam que o país, com uma população envelhecida e em declínio e um parque habitacional a precisar urgentemente de renovação, poderia beneficiar com o investimento estrangeiro? Esses políticos criaram leis e incentivos para atrair estrangeiros e levá-los a investir, renovar, trabalhar, constituir família e, de forma geral, revitalizar a economia. E nós, os imigrantes, respondemos — investimos as nossas competências, o nosso esforço, as nossas poupanças duramente conquistadas neste país. Fizemo-lo, pelo menos em parte, com a expectativa de poder participar plenamente nesta democracia, tornando-nos cidadãos após cinco anos de residência. Mas, em vez de reivindicarem esse sucesso, esses políticos juntaram-se ao coro dos alarmistas, copiando a retórica anti-imigração de Trump, insistindo que nós somos agora o problema, e que o melhor caminho para Portugal é desfazer esses programas e fechar as portas.

É claro que trazer estrangeiros trouxe consequências. O preço da habitação aumentou, mas os senhorios e proprietários portugueses colheram os benefícios. A entrada de trabalhadores fez baixar os custos laborais para as empresas de transporte e entregas, cujos serviços são utilizados diariamente por portugueses e estrangeiros. Sim, há mais crianças nas escolas, e as suas origens diversas enriquecem a educação de todos. Ouve-se mais inglês na rua? Sim, e essa fluência torna Portugal mais competitivo no mercado global.

Para nós que já cá estamos, que construímos as nossas vidas com base na expectativa de nos tornarmos cidadãos portugueses após cinco anos de investimento ou residência, a proposta de duplicar esse tempo e de acrescentar mais requisitos parece um verdadeiro “murro no estômago”, um engodo, uma artimanha. Se o objectivo do novo Governo é convencer os imigrantes mais abastados, oriundos de economias mais desenvolvidas, de que Portugal não é um país confiável nem actua de boa-fé, então muitos estão prestes a partir — e a levar consigo os seus investimentos. Se o objectivo é empurrar os imigrantes mais pobres e menos qualificados, oriundos de economias em desenvolvimento, para fora do país, este plano provavelmente falhará, porque, para muitos, permanecer em Portugal continua a ser a melhor opção. Em qualquer dos casos, a economia portuguesa e o povo português sairão prejudicados se as propostas de alteração à Lei da Nacionalidade forem aprovadas.

Judith Rosenberg, Lisboa

Parabéns, Teresa de Sousa

O artigo da jornalista Teresa de Sousa do passado domingo devia, a meu ver, ser de leitura obrigatória para todos os portugueses e muito especialmente os que têm responsabilidades políticas no nosso país. De tudo quanto tem sido dito e escrito sobre a questão da imigração, penso que este é o texto em que tal questão é abordada com a maior sensatez, clareza e humanismo. Lamentavelmente, Luís Montenegro não o lerá. E, se o ler, dirá uma vez mais que não está no Governo “para se distrair com aquilo que os outros andam a dizer”. É pena.

Adriana Gonçalves, Castêlo da Maia

Um bem estratégico

Não faltam casas devolutas. As persianas permanentemente corridas, bem como a falta de contratos de água, electricidade e outros, permitem-nos suspeitar que o que abunda por aí são casas desocupadas. Por vezes, há anos. Ou porque os herdeiros não se entendem, ou porque a burocracia dificulta e até inviabiliza soluções práticas. Em tempos de crise, a intervenção firme do Governo tem que ter prioridade sobre os direitos da sacrossanta propriedade privada. Os proprietários não residem na casa, não alugam, não vendem? O Estado toma posse, paga uma renda e subaluga a preços não especulativos. O que se segue? Novamente as ocupações ilegais?

João Miranda, Paço de Arcos

Ventura e a Spinumviva

André Ventura sempre disse que iria apresentar no Parlamento uma comissão de inquérito à Spinumviva de Luís Montenegro, mas, após o recente acordo entre os dois sobre a imigração, que André Ventura diz que existe e Luís Montenegro nega, tudo parece ter mudado. O que a realidade diária nos diz é que, de facto e para mal dos portugueses, Luís Montenegro cedeu ao Chega e está muito contente com o “novo” André Ventura. Após isto, começou a atacar de imediato e ferozmente José Luís Carneiro. Peço aos portugueses que estejam atentos, não porque seja um velho do Restelo, mas porque acredito que a história se pode repetir e que, para mim, como para a maioria dos portugueses, a liberdade é algo demasiado valioso que não pode depender nem dos acordos futuros de Luís Montenegro, nem do novo” André Ventura.

Manuel Morato Gomes Senhora da Hora

#Cartas #director #Opinião

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