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Cartas ao director | Opinião

O jornalismo ameaçado nos dias que vivemos

Neste tempos insanos que correm e em que muitos factos e acontecimentos são manipulados despudoradamente, segundo os interesses de determinados grupos e sectores poderosos e em que a verdade é “fabricada” ao gosto do consumidor para impor um determinado relato ou acontecimento, o periodismo sério, construtivo e de qualidade, aquele que aporta valor e verdade insofismável é mais necessário do que nunca. É certo que, actualmente, a profissão de jornalista atravessa uma das épocas mais complicadas para ser exercida em liberdade, visto vivermos num contexto de polarização política das sociedades e vivermos no crescimento imparável dos populismos que atentam contra a função essencial de um dos pilares da democracia como é a imprensa livre, independente e sem açaimes.

Determinadas forças políticas que estão crescendo tentam “matar o mensageiro” – expressão histórica utilizada para culpar o informador pelo facto de difundir uma notícia veraz protagonizada por um terceiro –, estão tentando amedrontá-lo, intimidá-lo com todo o tipo de insultos, ameaças e impropérios que encontram o seu habitat adequado e perfeito nas redes sociais, convertidas em paraísos da impunidade e em canais para propagar o ódio, a vingança, a xenofobia. Os jornalistas no mundo livre estão sofrendo situações de acosso e intimidação nos foros digitais, procedentes esses acossos e essas intimidações da área dos partidos extremistas de direita, até dos seus dirigentes que querem ver publicada a sua “verdade” dos factos e dos acontecimentos. Se em Portugal ainda não foram atingidos patamares preocupantes, o que é certo é que a situação em certos países europeus já está atingindo proporções alarmantes com jornalistas ameaçados e intimidados. Até onde aguentarão e se sujeitarão os jornalistas a esta “caça às bruxas?”

António Cândido Miguéis, Vila Real

Nuno Portas

A Nuno Portas, o país deve o atrevimento revolucionário do Projecto SAAL; como secretário de Estado do 1.º Governo Provisório (Habitação e Urbanismo), vestiu a arriscada “pele” desse tempo escaldante e, também, muito produtor de justiça, equidade e bem-estar habitacional que José Afonso, magistralmente, haveria de eternizar com a letra e música da sua belíssima canção Os Índios da Meia-Praia; tive o privilégio de presenciar alguns dos seus pedagógicos diálogos com quem, ao tempo, liderava a Câmara de Gaia e fascinei-me com o que ele sabia dizer aos autarcas (na época, mais engajados aos seus compromissos eleitorais e mais próximos do seu povo…) de modo a ganhá-los para o sonho que trazia na bagagem.

A sua saudável teimosia, no campo argumentativo, valeu-lhe alguns dissabores políticos comuns aos que não mercantilizam a visão de construir mais e melhor habitação para os que, nas suas cidades precisam e querem viver. Obrigada, cidadão Nuno Portas, por nos ter deixado um pouco mais iluminados em habitação e urbanismo e um pouco menos longe de dominar a obscena situação a que chegamos nos últimos tempos e de que Loures é o mais recente libelo acusatório a autarcas passadistas, ignorantes e desumanos.

Maria Morais Mendes, Canidelo

Autoridade na arquitectura e no urbanismo

Morreu uma das maiores autoridades da arquitectura e do urbanismo mundial. Teorizou e coordenou inúmeras iniciativas a nível nacional e europeu sobre urbanismo. Foi a alma do importante projecto do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), surgido após o 25 de Abril, com a finalidade de abrir portas a uma nova abordagem da necessidade habitacional para os mais desfavorecidos. A Igreja do Coração de Jesus, em Lisboa, em parceria com Nuno Teotónio Pereira, é um marco na fé e no turismo religioso.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Israel e Gaza

António Guterres tem sido alvo de críticas por parte dos responsáveis israelitas desde o início da guerra na Faixa de Gaza (legenda da foto da p. 19 da edição de ontem). Saúdo o jornalista que teve a “ousadia” de colocar uma legenda sublinhando o papel do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na exigência de aplicação da resolução da ONU que obriga à existência de dois Estados – um israelita, outro palestiniano, tendo Jerusalém como capital dos dois Estados. Pela primeira vez desde o início da guerra fratricida desencadeada a 7 de Outubro, há um secretário-geral das Nações Unidas, interdito de entrar em Israel, e um Presidente de um Estado com assento no Conselho de Segurança, Macron, que condenam o massacre de Gaza e subscrevem a resolução dos dois Estados. Essa notícia desapareceu submergida em comentários respeitáveis de impolutos jornalistas, mas, sem desprimor para com eles, politicamente Guterres e Macron têm maior peso comunicacional.

António Melo, Lisboa

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