A ideia fermentava desde 2022, mas agora a obra está já em andamento. A Câmara Municipal de Castelo Branco vai pôr em funcionamento uma Escola de Chefs, uma instituição de ensino focada nas artes culinárias que tem como objectivo atribuir o grau de licenciatura. Para o efeito, está já a adaptar dois edifícios do centro histórico da cidade, um deles com origens no século XVII.
Para lá da infra-estrutura, com cerca de 2000 metros quadrados e fachada principal para a Rua de Santa Maria, a autarquia avança também “na definição de um modelo pedagógico e de parcerias internacionais que assegurem a qualidade e inovação na formação a leccionar e a colocação dos graduados”, explica o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Gonçalves. Neste sentido, “a autarquia tem desenvolvido contactos e reuniões com centros de investigação na área da gastronomia em França e Espanha”, tal como aconteceu nos últimos dias com a visita que fez ao Basque Culinary Center, em San Sebastian, Espanha, onde o autarca manteve reuniões de trabalho com Asier Alea, director de Desenvolvimento Global.
É sobretudo nestes dois países e nos seus reconhecidos modelos inovadores que a autarquia tem procurado contactos que permitam aplicar na escola de Castelo Branco as melhores práticas em termos de ensino e investigação gastronómica. “Com a Escola de Chefs queremos dar um contributo relevante para a formação de novos profissionais, mas possibilitando ao mesmo tempo também aos que já trabalham a actualização de conhecimentos e o contacto com as mais modernas práticas e equipamentos”, reforça o autarca, que pretende ter a obra concluída em 2027.
O espaço onde decorrem as obras para instalação do projecto educativo “vai ocupar o rés-do-chão, primeiro andar e uma mansarda do conjunto, num total de quase 2000 metros quadrados, distribuídos por áreas de formação em sala e cozinha, restauração e anexos vários, num investimento de dois milhões e meio de euros”, informa a autarquia.
Para acelerar o processo, e depois de definido e reconhecido o modelo pedagógico, a câmara pondera começar as aulas num outro espaço, até que a obra esteja concluída. Com a evolução do projecto da Escola de Chefs e a aproximação ao Basque Culinary Center, o objectivo é que se transforme numa instituição que atribua o grau de licenciatura.
Sinergias com academia
A par das parcerias internacionais, a Escola de Chefs quer desenvolver também sinergias com as instituições de ensino superior e o cluster agroalimentar nacionais, tendo em conta o desejável enfoque na valorização dos produtos endógenos, mas também na abordagem curricular nas áreas da gestão, história, geografia e história da alimentação, design e arte.
“Nascida de um processo de reflexão com vários anos”, a Escola de Chefs quer também criar novas oportunidades e novas mobilidades e atrair mais jovens para estudar em Castelo Branco e com isso rejuvenescer a zona histórica. “Para além do projecto arquitectónico, que reabilita património camarário e cria uma nova centralidade na malha urbana e será um contributo relevante para a formação de novos profissionais.”
A Câmara Municipal de Castelo Branco acredita também que “a reabilitação vai transformar o espaço num lugar mais cultural, onde os estudantes de culinária possam participar activamente, a fim de sentirem o poder da comida e respeitar o seu papel nas nossas vidas e nas futuras gerações, contribuindo para uma evolução da vida mais saudável, mais sustentável e rica em sensações, onde o sabor, o olfacto e a arte de cozinhar se cruzam”.
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