As atrizes francesas Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni e Léa Seydoux, juntamente com o ativista australiano Julian Assange, juntaram-se aos cerca de 900 signatários de artigo de opinião que condena o “silêncio” sobre o “genocídio” em Gaza e o silêncio do mundo da cultura, publicado à margem do Festival de Cinema de Cannes, disse à France-Presse (AFP) na sexta-feira um dos grupos por trás do documento.
A petição, que também presta homenagem a Fatima Hassouna, fotojornalista de Gaza morta por um míssil israelita e protagonista do documentário “Put Your Soul on Your Hand and Walk”, apresentado em Cannes, foi ainda assinada pelo realizador norueguês em competição Joachim Trier, pelo cineasta britânico Danny Boyle e pelo ator francês François Civil.
A realizadora de “Put Your Soul on Your Hand and Walk”, a iraniana Sepideh Farsi, fará uma conferência de imprensa na sexta-feira na Croisette, ao lado de Francesca Albanese, a relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinianos, e das ONGs Amnistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Os seus organizadores insistem no “dever de solidariedade com o povo palestiniano” e na necessidade de “exigir a libertação incondicional dos reféns mantidos em Gaza pelo Hamas”.
A lista inicial de 380 personalidades signatárias do artigo, publicado no dia anterior à abertura do festival, a 13 de maio, no diário francês Libération e na Variety, considerada a revista de referência norte-americana da indústria do cinema, já incluía vários grandes nomes do cinema: Ralph Fiennes, Richard Gere, Javier Bardem, Pedro Almodóvar, Susan Sarandon, Costa-Gavras, Mark Ruffalo, Jude Law, Julie Delpy, Jonathan Glazer, Nicole Garcia, David Cronenberg, Mike Leigh e Xavier Dolan.
Juntou-se a presidente do júri de Cannes, a atriz francesa Juliette Binoche, que também prestou homenagem a Fatima Hassouna no seu discurso de abertura, e atores como Joaquin Phoenix e Pedro Pascal.
A fotojornalista de 25 anos morreu juntamente com vários membros da sua família num ataque a 16 de abril, um dia após o seu documentário ter sido selecionado para a Acid, uma secção paralela do festival que reúne cineastas independentes.
Após mais de dois meses e meio de bloqueio total do exército israelita, cerca de 90 camiões entregaram ajuda humanitária a Gaza na quarta-feira, de acordo com a ONU. 2,1 milhões de pessoas estão “em risco iminente de morte”, de acordo com o diretor de emergências de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Israel, que intensificou a sua ofensiva no pequeno território costeiro, rejeitou repetidamente as acusações de genocídio.
A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas, 57 ainda são mantidas reféns, das quais 34 foram declaradas mortas pelo exército.
As represálias israelitas deixaram pelo menos 53.762 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
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