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Centro Pompidou vai abrir museu no Paraná, nas cataratas do Iguaçu | Cultura

Enquanto se prepara para fechar portas em Paris para obras de renovação, o Centro Pompidou anunciou a abertura de uma nova extensão da instituição, desta feita no estado brasileiro do Paraná, na Foz do Iguaçu. O Centro Pompidou expande-se internacionalmente para abrir, em Novembro de 2027, o Centro Pompidou x Paraná.

O anúncio foi feito quarta-feira em parceria com o estado do Paraná, e o projecto estava já em estudo desde 2022, quando o centro francês começou a trabalhar com aquele estado brasileiro para a abertura de um centro de arte internacional. O trabalho, disse no mesmo dia o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, dura em concreto há quatro anos.

O projecto, diz o Pompidou em comunicado, é oferecer “um programa multidisciplinar que combina exposições de arte moderna e contemporânea, espectáculos ao vivo, festivais, grandes ciclos de cinema, conferências e residências artísticas. Localizado no coração da Tríplice Fronteira, onde o Brasil, a Argentina e o Paraguai se encontram, o centro irá mostrar a criação artística do continente sul-americano, bem como as dinâmicas específicas desta zona trifronteiriça”, lê-se na mesma nota.

Segundo a imprensa brasileira e a imprensa especializada em arte, a parceria tem a duração de cinco anos e a localização precisa é muito próxima das cataratas do Iguaçu, classificadas como Património da Humanidade pela UNESCO. O projecto arquitectónico, com uma área de 10 mil m2, é assinado pelo arquitecto paraguaio Solano Benítez, “cuja utilização do tijolo e de materiais ecorresponsáveis é a sua assinatura” e que recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Arquitectura de Veneza em 2016. O seu projecto foi seleccionado no ano passado e está orçado em cerca de 31 milhões de euros.

A Foz do Iguaçu recebe anualmente dois milhões de turistas, e a expectativa do coordenador do projecto, Marc Pottier, curador e consultor de arte francês, que vive entre o Rio de Janeiro e Paris, é de que duplique com o Pompidou x Paraná.

Além das valências supracitadas, ou precisamente para servi-las, a instituição terá uma praça pública, oficinas educativas, uma biblioteca de investigação e laboratórios de arte, além de um espaço de restauração e uma loja.

O Centro Pompidou, inaugurado em 1977, é uma das instituições culturais mais conhecidas de França e do mundo. Ao longo das décadas, foi-se instalando noutros países e, segundo o The Art Newspaper, a receita dessas parcerias representou em 2024 19,3 milhões de euros e poderá atingir os 30 milhões nos próximos anos. O Pompidou está em Málaga, Xangai (em colaboração como o West Bund Museum Project), Bruxelas (através da Fundação Kanal) e, em breve, Seul, e Al Ula, na Arábia Saudita; o Pompidou Jersey City, nos EUA, estava previsto para 2030, mas várias controvérsias quanto aos custos públicos do projecto levaram a atrasos.

Entretanto, este anúncio de mais uma extensão do Pompidou surge quando quase todo o centro parisiense está já fechado.

Desde 2023 que está planeado o encerramento do Pompidou parisiense para profundas obras que durarão cinco anos – esse fecho, gradual, finalizar-se-á em Setembro. O objectivo é reabrir em 2030, com uma “renovação da utopia original” com que foi inaugurado. Enquanto o edifício parisiense está fechado, algumas das obras do museu vão circular noutras instituições culturais e o Pompidou manterá também uma programação fora de portas intitulada Constellation.

No Outono de 2026, abrirá o Centre Pompidou Francilien Fabrique de l’Art, a 30 quilómetros de Paris, em Massy, e lá ficarão as reservas do Centro Pompidou e as do Musée National Picasso-Paris.

Além do aspecto museológico e das artes plásticas, o Pompidou é um centro cultural multidisciplinar que acolhe um espaço de investigação musical, festivais, ciclos de cinema, conferências e outras actividades. Desenhado por Renzo Piano, Richard Rogers e Gianfranco Franchini, o edifício-sede fica no bairro de Beaubourg e é um verdadeiro monólito do mesmo. Enquanto fechado, a Bibliothèque Publique d’Informations, que integra o centro, vai mudar-se para o edifício Lumière, no 12.º bairro de Paris, por exemplo.

O novo projecto foi confiado aos gabinetes de arquitectura AIA, Moreau-Kusunoki e Frida Escobedo, com objectivos como acolher melhor os visitantes, corresponder “às exigências ambientais”, “repensar a apresentação da colecção” e “dar ainda mais espaço ao trabalho criativo”, como detalhava a instituição em comunicado em Fevereiro. O Estado francês vai cobrir o custo estimado da obra entre 262 milhões de euros e 358 milhões – e a instituição está ainda a angariar os cerca de 180 milhões adicionais necessários para a reformulação das galerias.

Do acervo do Pompidou constam obras de Frida Khalo, Henri Matisse, Yves Klein e também autores portugueses como Maria Helena Vieira da Silva e um arquivo da arquitectura portuguesa contendo trabalhos de Álvaro Siza, Aires Mateus, Nuno Portas, Nuno Teotónio Pereira ou Eduardo Souto de Moura.

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