País
Os detidos por tráfico de droga nos portos de Setúbal e Sines começaram a ser interrogados por um juiz e saíram com várias medidas de coação, entre as quais apresentações semanais e proibição de saída do país. Os cinco funcionários públicos são suspeitos de facilitarem a entrada de cocaína em Portugal.
Toneladas de cocaína escondida em contentores dentro de caixas. A droga vinda da América Latina foi chegando aos portos de Setúbal e Sines, mas para entrar no mercado europeu foi preciso que alguns funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) fossem fechando os olhos.
E esta segunda-feira foram chamados a explicar o que fizeram e o que sabiam. Depois de uma noite na cadeia anexa à Polícia Judiciária, esperaram toda a manhã no Tribunal Central, até ser dada ordem para se apresentarem ao juiz Francisco Coimbra.
Foram identificados a meio da tarde, depois de uma leitura das 100 páginas de indícios do Ministério Público.
Já noite dentro foram reveladas as medidas de coação aplicadas aos cinco:
- termo de identidade e residência que já prestaram;
- obrigação de se apresentarem três vezes por semana no OPC (orgão de polícial criminal) das suas áreas de residência;
- suspensão do exercício de funções públicas;
- proibição de contactos, por qualquer meio, diretamente e/ou indiretamente, com os demais arguidos; e,
- proibição de se ausentarem para o estrangeiro, devendo para tal entregar os seus passaportes, no prazo de 10 dias, na secção onde os autos correm termos (DCIAP).
Os quatro inspetores e o gestor da Autoridade Tributária são suspeitos de terem sido subornados por pelo menos dois grupos internacionais dedicados à exportação de elevadas quantidades de cocaína por via marítima a partir da América Latina.
Um deles, o Primeiro Comando da Capital (PCC) é a maior rede de tráfico de droga do Brasil. Os funcionários públicos portugueses terão recebido uma percentagem do valor da cocaína que deixaram entrar em Portugal.
Foram detidos no domingo numa operação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ.
Há cinco meses foram detidos outros quatro funcionários públicos mas ficaram em liberdade. Nessa primeira operação, a Judiciária apreendeu meio milhão de euros em notas, uma dezena de carros e pelo menos cinco armas.
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