Há hotéis que respiram personalidade e história em cada sala, corredor ou quarto e o Eurostars Excelsior é um destes hotéis. Recebe-nos com o seu lobby faustoso, marcado pelas escadarias monumentais, um grande mapa de Nápoles do século XVII e candelabros de vidro de Murano. Somos conquistados pelo charme da Belle Époque que se mantém desde que o edifício foi inaugurado em 1908.
Porém, num dia de sol e temperaturas de primavera, é a vista para o azul-cobalto do golfo de Nápoles com a silhueta imponente do Vesúvio que nos arrebata por completo. Principalmente, quando, depois do check-in, chegamos ao sétimo piso do Eurostars Excelsior onde um terraço esplêndido permite contemplar vários ângulos da terceira maior cidade de Itália: do porto de cruzeiros, da península de Sorrento, passando pelo Castelo do Ovo, até chegar às construções que se debruçam sobre a baía. Nos dias de boa visibilidade, ainda é possível ver as ilhas de Capri e Ischia.
“Esta foi uma obra incrível para a época”, conta ao SAPO Gianni Ricci, diretor-geral. O hotel abriu “como um centro cultural e filosófico para toda a cidade, acolhendo as festas da burguesia e recebendo membros de famílias reais”, refere.
O hotel testemunhou também as duas guerras mundiais. Na primeira serviu como presidio da Cruz Vermelha e na segunda teve funções de hospital. Foi bombardeado e reabriu em 1947.
Pelo Excelsior passaram figuras ilustres como Luciano Pavarotti, Sophia Loren, Grace Kelly, Marilyn Monroe e Lucio Dalla. Este último compôs a canção Caruso na suite presidencial. E ainda hoje está lá o piano usado pelo músico.
É, portanto, fácil sentir esta atmosfera artística no Excelsior que continua a ser uma referência. Diz-nos Gianni Ricci que, por ano, o hotel recebe cerca de 10 produções, entre filmes e séries. Da película de Roberto Rossellini, Viagem à Itália (Journey to Italy, 1954) à série Os Sopranos, a fotogenia do lugar não tem passado despercebida no grande e no pequeno ecrã.
Aliás, durante a nossa estadia, foi possível espreitar o trabalho da equipa de produção e dos atores na gravação de um filme que vai homenagear o músico italiano Gigi D’Alessio – uma vivência que enriqueceu ainda mais a nossa estadia. O hotel é também muito procurado para a realização de eventos nos seus salões, com capacidade para 300 a 500 pessoas.
As histórias, porém, não ficam por aí. O próprio diretor-geral tem uma curiosidade fora do comum que faz questão de partilhar connosco: “eu nasci aqui”. “O meu pai trabalhou como concierge no hotel de 1954 a 2007, onde conheceu a minha mãe, que era camareira”. Gianni recorda que a mãe trabalhou até ao fim da gestação, acabando por dar à luz no hotel. Depois de ter trabalhado na hotelaria, dentro e fora do país, Gianni voltou ao Excelsior, agora como diretor-geral, no mesmo ano em que o pai se reformou. Uma história que dava um filme, não acham?
Do quarto espaçoso à focaccia do pequeno-almoço
Ficar alojado no Eurostars Excelsior é, portanto, mergulhar em todas estas histórias, com um serviço quatro estrelas que ainda mantém o charme da hotelaria formal. Os funcionários têm uma postura discreta e elegante, mas estão sempre disponíveis a ajudar.
O hotel oferece 122 quartos e suites, com uma decoração clássica, onde se destaca o mobiliário antigo, as delicadas sedas a adornar cabeceiras e os lustres de Murano – a ilha italiana perto de Veneza famosa pela produção de vidro. Outra particularidade dos quartos é terem áreas avantajadas, o que nos hotéis mais recentes nem sempre acontece.
As casas de banho são espaçosas e cobertas com mármore de Carrara, um tipo de mármore de alta qualidade, extraído na cidade de Carrara, no norte da Itália. No quarto, os hóspedes têm à disposição café, chá, água, bem como produtos de higiene, roupões e chinelos. Detalhes que adicionam mais conforto à estadia.
A vista é, sem dúvida, uma das grandes mais-valias do Eurostars Excelsior que, por estar localizado numa esquina, consegue oferecer vários ângulos para o mar, o Vesúvio, o porto de Nápoles, e o Castelo do Ovo, um dos castelos mais antigos da cidade, ligado à sua própria fundação. Acredita-se que tenha sido neste local, na época uma ilha, que os gregos fundaram, no século VII a.C., o primeiro núcleo de Palepoli, a futura Nápoles.
A localização do hotel é perfeita para explorar o centro de Nápoles a pé, já que, em poucos minutos de caminhada, chegamos aos principais pontos turísticos da cidade, como a Praça do Pebliscito, o Palácio Real, o Teatro San Carlo, a Galeria Umberto I, a Via Toledo e o Bairro Espanhol. Por outro lado, é possível caminhar pela marginal, desfrutando da vista e dos muitos restaurantes que se encontram junto ao mar.
Mesmo que fique num quarto com uma vista menos privilegiada, como foi o nosso caso já que tínhamos vista lateral, poderá sempre contemplar o cenário frontal a partir do belo salão onde todas as manhãs é servido o pequeno-almoço que no buffet inclui doces típicos de Nápoles, como a sfogliatella ou a pastiera, além de uma grande variedade de frutas, bolos, pães, queijos, panquecas, ovos, entre outras delícias. A focaccia com tomate, fresca e fofa, é também algo que tem de provar neste pequeno-almoço, onde não pode faltar um (ou dois) cappuccinos.
Mas as experiências gastronómicas não se ficam pela primeira refeição do dia. No restaurante La Terrazza são servidas propostas de gastronomia mediterrânea e pratos tradicionais de Nápoles. Para tirar partido da vista, é possível também desfrutar de um cocktail no bar L’Ottavo Cielo.
A estas opções junta-se o terraço La Dolce Vita, o espaço onde começamos e terminamos esta narrativa. É o lugar ideal para contemplar a cidade, planear os passeios (em breve, revelamos o nosso roteiro), namorar, ler um livro, ver o pôr do sol e relaxar. Afinal, estamos em Itália e o dolce far niente é uma filosofia de vida.
O SAPO visitou o Eurostars Hotel Excelsior a convite da Eurostars Hotel Company
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