Olhares pelo Mundo
“Vamos estudar para sermos dos maiores médicos do mundo”, disse radiante uma das estudantes no arranque no ano letivo, em escolas parcialmente destruídas, algumas a funcionar em tendas.
O Ministério da Educação palestiniano deu oficialmente início ao novo ano letivo em Gaza, esta semana. Um anúncio relevante para restaurar a normalidade e proporcionar às crianças a educação de que necessitam para reconstruir as suas vidas após o conflito que teve início em outubro de 2023. Apesar da destruição generalizada, as autoridades limparam escombros, mobilaram salas de aula e também montaram tendas para acolher os estudantes. Este foi um momento muito aguardado por crianças, jovens e pais.
“Após um ano e meio de destruição, voltamos a aprender apesar das dificuldades. Concluiremos a nossa educação e permaneceremos fortes e vamos estudar para sermos dos maiores médicos do mundo”, disse à agência Reuters Elham Awad, estudante palestiniana.
Centenas de milhares de estudantes começaram a frequentar as aulas em escolas parcialmente em ruínas, quase 90% das quais foram destruídas por ações militares israelitas.
“O lançamento do ano letivo é uma mensagem do Ministério da Educação e do povo palestiniano de que a Educação continuará apesar do impacto humanitário, da grande dor e da situação catastrófica das escolas. (…) Começámos a desenvolver planos alternativos para esvaziar os pátios de algumas escolas e montar tendas educacionais nos seus pátios”, anunciou Mahmoud Matar, funcionário do Ministério da Educação palestiniano, na abertura do ano letivo.
Os alunos regressaram à escola sem uniformes ou livros escolares devido às circunstâncias excepcionais, incluindo as restrições israelitas nas passagens de Gaza.
Muitas famílias, exaustas pelo impacto da guerra, mantiveram ativas as matrículas escolares dos seus filhos durante 16 meses, apesar das condições trágicas que enfrentaram.
“Os pensamentos dos nossos filhos têm estado fortemente concentrados na distribuição de alimentos e na fila para comprar pão desde a manhã até ao fim do dia. Agora quero que as crianças sejam disciplinadas nos seus horários escolares e acompanharei os seus estudos”, referiu a mãe de um estudante palestiniano, em entrevista à Reuters.
Guerra causou a morte de mais de 750 professores e cerca de 13.000 alunos
De acordo com as autoridades palestinianas, os bombardeamentos israelitas resultaram na morte de aproximadamente 13.000 estudantes e mais de 750 professores, com quase todas as instalações educativas gravemente danificadas ou destruídas.
Com um cessar-fogo em vigor, os palestinianos estão a trabalhar para reconstruir as suas vidas e cerca de 650 mil estudantes estão a regressar à escola em locais que anteriormente também serviram como abrigos temporários para deslocados.
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