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Daniel Adrião junta-se a quem pede reflexão e propõe primárias depois das autárquicas | PS

O socialista Daniel Adrião, uma das vozes críticas da liderança de António Costa e que concorreu contra Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro em Dezembro de 2023, vai levar à comissão nacional deste sábado uma proposta para que o PS só faça eleições para secretário-geral depois das autárquicas. O partido precisa de tempo para um “debate interno sério e estruturado”, alega a proposta, subscrita por outros cinco militantes ―​ Arlindo Varela, António Oliveira, Carlos Dias, Isabel Barradas e Tiago Corais ―,​ que também defende que até às eleições primárias o partido seja liderado de forma interina pelo presidente, Carlos César, como admitem os estatutos.

Na proposta de deliberação que o grupo vai levar à reunião socialista, estes militantes escrevem que as legislativas do passado domingo “resultaram numa dos desfechos mais difíceis da história do PS em termos de representação parlamentar desde o início da democracia” e que “impõe-se” ao partido um “processo de análise e debate interno sério e estruturado, que permita compreender as causas desta evolução e preparar o futuro com responsabilidade e visão estratégica”.

A evolução a que se referem é a perda, em três anos, entre as legislativas antecipadas de 2022 que deram ao PS a maioria absoluta e as actuais eleições, de cerca de 907 mil votos e a redução para metade do número de deputados ― de 120 para os actuais 58 (que poderão subir para 59 caso o PS consiga manter o mandato no círculo da emigração na Europa, o que se afigura difícil depois de a direcção de Pedro Nuno ter trocado Paulo Pisco por Emília Ribeiro).

“Estas circunstâncias excepcionais apontam para a necessidade de uma reflexão profunda sobre a relação do PS com os cidadãos e sobre os factores que têm afectado a sua credibilidade e capacidade de mobilização”, defendem os subscritores. Que acrescentam que um processo eleitoral interno agora iria tirar o foco do combate eleitoral das autárquicas, onde o PS deve “concentrar todas as suas energias”. “Com o objectivo de permitir um amplo processo de reflexão e de abertura à sociedade civil, devem ser convocadas para Outubro/Novembro eleições primárias abertas (a simpatizantes) e um Congresso Nacional electivo, estatutário e programático”, aponta a proposta.

Na prática, é o que diversas vozes com peso no PS têm defendido nos últimos dias, desde Manuel Alegre a José Vieira da Silva, passando por Augusto Santos Silva, Fernando Medina ou Duarte Cordeiro: que o partido deve fazer uma reflexão com tempo e serenidade.

“Os portugueses mostraram um cartão vermelho ao PS: não confiam no partido para governar o país nem para liderar a oposição e isso é que é mais grave ainda do que não servir para governar”, diz ao PÚBLICO Daniel Adrião. “É uma situação absolutamente excepcional.”

Eleger um novo secretário-geral à pressa não vai resolver os problemas do partido e poderá mesmo agravá-los. Se prevalecer a proposta de Carlos César, haverá um secretário-geral eleito antes do Verão mas que só terá órgãos afectos à sua estratégia no congresso, isto é, cinco meses depois, já que a comissão nacional, a comissão política e o secretariado são eleitos no congresso. Na prática, caso José Luís Carneiro seja eleito, vai ter o partido a funcionar com órgãos não da sua confiança, mas maioritariamente afectos a Pedro Nuno Santos, o seu adversário na corrida à liderança há ano e meio.

Daniel Adrião critica também que a comissão nacional deste sábado ouse “queimar etapas”: “A reunião devia ser para reflectir sobre os resultados, as suas causas, as consequências, o futuro do partido em termos conceptuais e programáticos. Não para arranjar um calendário apressado. Não estamos a cumprir os tempos. Como é que vamos decidir uma nova liderança sem antes o partido definir o rumo estratégico que quer seguir”, questiona.

Questionado se pretende voltar a candidatar-se à liderança do PS ― chegou a ser o único adversário de António Costa em directas ― Adrião diz apenas esperar que “surja mais algum candidato” porque “a pior coisa que podia acontecer ao PS era haver um candidato único que não suscite contraditório”. E realça que está a propor uma reflexão primeiro e só depois eleições, pelo que seria incoerente colocar-se já na posição de candidato.

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