País
António Gonçalves foi um dos militares da coluna de Salgueiro Maia e, nos últimos 51 anos, reuniu fotografias, documentos e até o volante da viatura que conduziu no 25 de Abril de 1974. Um acervo que quer tornar público.
O relatório da Operação Fim de Regime tem o nome do madeirense António Gonçalves, furriel miliciano em Santarém, condutor de uma das viaturas da coluna que, na manhã do 25 de Abril entrou por Lisboa para deitar o governo abaixo. António Gonçalves soube do golpe uns meses antes e não hesitou.
Ele, como outros 250 homens, saiu do quartel para acabar com a guerra do Ultramar e nem as rajadas os fizeram recuar.
A revolução ganhou-se no Terreiro do Paço e está registada nas fotografias em que faz o “V” de vitória. O caminho até ao quartel do Carmo foi triunfal.
António Gonçalves ainda fez escolta à junta de salvação nacional e estava em Santarém quando Salgueiro Maia assinou o relatório da operação militar que derrubou a ditadura. Um dos exemplares desse documento está no acervo que, nos últimos 50 anos, conseguiu reunir. É o legado que quer deixar.
Em casa, no Funchal, encontrou maneira de arrumar fotografias inéditas, documentos, livros e até tem o volante do veículo que conduziu naquele dia. Também está exposta a comenda, a primeira a ser entregue a um miliciano do 25 de Abril. Registos que, um dia, gostava de partilhar com o público.
Depois da tropa, trabalhou na hotelaria, foi dono de uma loja, passou por dificuldades nos tempos da ‘troika’, mas nunca deixou de acreditar no 25 de Abril, nem de aumentar o acervo que, no futuro, poderá ajudar a contar a História.
#Desde #fotografias #até #volante #coleção #militar #Abril #conta #História #Revolução