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Dezenas de efetivos da polícia de Nova Iorque entraram no campus da Universidade de Columbia, depois dos manifestantes se terem concentrado no interior da biblioteca da instituição. Pelo menos 70 manifestantes pró-Palestina foram expulsos e detidos.
Manifestante detido
Dana Edwards
O Departamento da Polícia de Nova Iorque entrou na quarta-feira no campus da Universidade de Columbia “para expulsar” manifestantes pró-Palestina, de acordo com o presidente da Câmara da cidade, Eric Adams.
“A pedido escrito da Universidade de Columbia, a polícia de Nova Iorque está a entrar no campus para expulsar indivíduos que estão a invadir propriedade privada”, disse Adams em comunicado.
Adams sublinhou que Nova Iorque defende o direito ao protesto pacífico, mas não tolera “a anarquia”. A prestigiada universidade nova-iorquina, por sua vez, referiu, também na quarta-feira, em comunicado, que estava “a lidar com uma perturbação na sala de leitura 301 da Biblioteca Butler “.
“Foram avisados de que a não observância constitui uma violação das nossas regras e políticas e resultará numa possível detenção. Nenhum dos indivíduos que protestam na sala de leitura optou, até ao momento, por se identificar e sair”, declarou a instituição de ensino superior, à tarde. A universidade também referiu que aqueles que violam as regras e políticas da universidade “enfrentarão consequências disciplinares”.
Os manifestantes, que querem que a universidade desinvista de empresas ligadas a Israel, exigiram que a biblioteca mude de nome, para “Universidade Popular Bassel al-Araj”, em homenagem a um ativista palestiniano que morreu em 2017, de acordo com uma publicação na plataforma ‘online’ Substack do grupo pró-Palestina Columbia University Apartheid Divest (Desinvestir no Apartheid na Universidade de Columbia). No entanto, não é claro se todas as pessoas que se manifestaram na biblioteca na quarta-feira estão ligadas a este grupo.
Trump ameaça cortar financiamento
Após ameaças da administração do Presidente norte-americano Donald Trump ao financiamento federal, a Universidade de Columbia anunciou, em março, mudanças radicais na política da instituição. Entre as alterações, a proibição de os estudantes usarem máscaras para esconder a identidade e uma regra de que aqueles que protestam no campus devem apresentar a identificação quando solicitado. A escola disse ainda que contratou novos agentes de segurança pública com poderes para fazer detenções no campus.
O grupo Columbia University Apartheid Divest disse que ocupou parte da biblioteca Butler porque acreditava que a universidade lucrava com a “violência imperialista”.”A repressão gera resistência – se a Columbia intensificar a repressão, as pessoas continuarão a intensificar as perturbações neste campus”, escreveu o grupo nas redes sociais.
Mais de 50 mil mortes na Faixa de Gaza
Israel declarou a 7 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, 52.653 mortos, na maioria civis, incluindo mais de 18 mil crianças, e mais de 112 mil feridos, além de cerca de 11 mil desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
A situação da população do enclave, devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas, está ainda a agravar-se por Israel impedir, desde 2 de março, a entrada em Gaza de alimentos, água, ajuda humanitária e medicamentos.
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