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Dispositivo vestível vigia a saúde da pele através de vapores

Estamos a poucos anos de termos tecnologia permanente como médico pessoal. Do coração, ao sono, passando pela respiração e qualidade da luz que a pele absorve, temos hoje dispositivos que vigiam a nossa saúde. Foi apresentado um novo dispositivo vestível vigia a saúde da pele através de vapores.

Novo dispositivo vestível monitoriza a saúde da pele em tempo real

Desde danos solares e poluição até cortes e infeções, a nossa pele protege-nos de muitas agressividades. Mas não é impenetrável.

Tendemos a pensar na pele como uma barreira impermeável que apenas envolve o corpo. A pele está em constante interação com os gases do ambiente e da atmosfera.

Afirma Matthew Flavin, professor na Escola de Engenharia Elétrica e de Computadores do Georgia Tech.

Agora, os investigadores desenvolveram um novo dispositivo vestível que monitoriza o fluxo de vapores através da pele, oferecendo novas perspetivas sobre a saúde cutânea e a cicatrização de feridas.

Esta tecnologia, descrita numa publicação recente da Nature, representa um avanço significativo na área da bioeletrónica vestível.

Pode ser usado como se fosse um penso rápido.

Diz Flavin, um dos principais autores do estudo.

Compreender melhor o maior órgão do corpo humano

O dispositivo compacto e sem fios é o primeiro do género capaz de medir de forma contínua e precisa, em tempo real, os fluxos de vapor de água, compostos orgânicos voláteis e dióxido de carbono na pele.

Como aumentos nestes parâmetros estão associados a infeções e cicatrização demorada, Flavin nota que este tipo de monitorização “poderá dar aos clínicos uma nova ferramenta para compreender as propriedades da pele.”

A pele é a nossa primeira linha de defesa contra perigos ambientais. Medir a sua eficácia na proteção contra poluentes ou infeções tem sido um desafio, sobretudo ao longo do tempo.

Os vapores libertados pela pele estão em concentrações muito, muito baixas. Se apenas colocássemos um sensor junto à pele, seria quase impossível controlar a medição.

Explica Flavin.

O novo dispositivo integra uma pequena câmara que condensa e mede os vapores da pele com sensores especializados posicionados por cima da mesma. Um mecanismo biestável de baixo consumo energético renova periodicamente o ar na câmara, permitindo medições contínuas transmitidas por Bluetooth para um smartphone ou tablet.

Existem outros dispositivos que conseguem medir partes do que aqui falamos. Mas não são viáveis como dispositivos vestíveis, não fazem medições contínuas e não obtêm toda a informação que o nosso consegue.

Afirma Flavin.

Ao monitorizar o fluxo de vapor de água da pele, também conhecido como perda de água transepidérmica, o dispositivo avalia a função da barreira cutânea e o processo de cicatrização.

Esta capacidade é especialmente valiosa no acompanhamento de feridas em doentes diabéticos, que frequentemente têm dificuldades sensoriais que complicam esse controlo.

Na diabetes, mesmo depois de a ferida parecer curada, a barreira continua comprometida. Este novo dispositivo não invasivo permite acompanhar essas alterações.

Existem muitas zonas onde o acesso aos cuidados de saúde é limitado e não há médicos a acompanhar processos de cicatrização. Algo que permita esse acompanhamento à distância pode tornar os cuidados mais acessíveis para estas pessoas.

Acrescenta Flavin.

Cada vez temos mais tecnologia a vigiar a nossa saúde

A natureza vestível do dispositivo torna-o também ideal para estudar os efeitos de longo prazo da exposição a perigos ambientais, como incêndios florestais ou vapores químicos, na função cutânea e na saúde em geral.

Embora as aplicações médicas sejam vastas, a equipa de investigação continua a explorar novos usos para o dispositivo.

Esta forma de medição é muito recente e ainda estamos a descobrir o seu potencial. É uma nova maneira de medir o que se passa dentro do corpo.

Afirma Jaeho Shin, investigador sénior no KIST e coautor do estudo.

Este é um excelente exemplo da tecnologia que pode surgir na interseção entre a engenharia e a medicina. As capacidades deste dispositivo não só melhorarão os cuidados aos doentes, como permitirão compreender melhor a pele, o microbioma cutâneo, os processos de cicatrização e muito mais.

Concluiu John Rogers, professor de ciência dos materiais na Northwestern University e também coautor.

Este é mais um dispositivo que poderá, dentro de poucos anos, fazer parte de uma oferta maior, mais alargada, como, por exemplo, um smartwatch.



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