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Disposto a negociar, Irão apela à pressão americana para travar Israel | Médio Oriente

Ao quarto dia de guerra aérea entre Israel e o Irão, o Governo de Teerão apelou directamente ao Presidente dos EUA para pressionar Benjamin Netanyahu a aceitar um cessar-fogo que permita regressar às negociações sobre o programa nuclear iraniano.

“Se o Presidente Trump está a ser sincero em relação à diplomacia e interessado em parar esta guerra, os próximos passos são consequentes”, afirmou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, numa publicação na rede social X.

O apelo directo do Governo iraniano coincidiu com as notícias, avançadas pelo Wall Street Journal e pela Reuters, de que Teerão terá pedido a três Estados do Golfo – Arábia Saudita, Qatar e Omã – que pressionassem Trump a usar a sua influência sobre Israel para este concordar com um cessar-fogo imediato. Em troca, o Irão mostraria flexibilidade nas negociações nucleares, segundo as fontes citadas pelos referidos órgãos.

“Basta um telefonema de Washington para silenciar alguém como Netanyahu”, disse o chefe da diplomacia iraniana. “Isso pode abrir caminho para o regresso à diplomacia”, acrescentou Araqchi.

No Canadá, onde se encontra para participar na cimeira do G7, Donald Trump disse que o Irão deve negociar “antes que seja demasiado tarde”.

“Eu diria que o Irão não está a ganhar esta guerra e deve dialogar, e deve fazê-lo imediatamente, antes que seja tarde demais”, afirmou Trump no início de uma reunião bilateral com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney. No entanto, o Presidente dos EUA terá, segundo a cadeia de televisão ABC, recusado assinar uma proposta de declaração do G7 a apelar à desescalada no conflito entre Israel e Irão.

Trump tem afirmado que os ataques israelitas poderão terminar rapidamente se Teerão aceitasse as restrições rigorosas ao seu programa nuclear defendidas pelos EUA. As negociações entre norte-americanos e iranianos, com mediação do sultanato de Omã, estavam marcadas para domingo, mas foram canceladas, com Teerão a dizer que não negociará enquanto estiver sob ataque. Esta segunda-feira, vários deputados iranianos sugeriram mesmo a ideia de abandonar o tratado de não-proliferação nuclear.

Cessar-fogo é palavra que não se ouve do lado israelita. Esta segunda-feira, Netanyahu disse que Israel está perto de alcançar os seus dois principais objectivos com os ataques lançados na sexta-feira: eliminar o programa nuclear do Irão e destruir os seus mísseis.

“Estamos no caminho da vitória”, disse o primeiro-ministro israelita numa visita a uma base da Força Aérea. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, disse que Israel “ainda não finalizou a operação no Irão”.

Mais tarde, numa entrevista à ABC News, Benjamin Netanyahu não descartou um ataque deliberado contra o Guia Supremo do Irão. Questionado sobre notícias de que Donald Trump teria rejeitado um plano israelita para assassinar Ali Khamenei, alegando que tal ataque implicaria uma escalada da violência na região, o primeiro-ministro de Israel respondeu que Israel fará “o que for preciso”. “Não vai levar a uma escalada do conflito. Vai pôr fim ao conflito”, justificou.

O Governo israelita reclamou esta segunda-feira o controlo do espaço aéreo do Irão após uma série de novos bombardeamentos. Citado pelo Times of Israel, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) Effie Defrin, afirmou que pelo menos 120 sistemas de lançamento de mísseis terra-terra iranianos foram destruídos, o que, assegura, equivale a um terço das capacidades de defesa aérea da República Islâmica.

Os bombardeamentos sobre Teerão atingiram o aeroporto da capital, onde destruíram, segundo as IDF, vários caças F-14 iranianos, e o edifício da televisão estatal iraniana, momentos depois do Exército israelita ter emitido um aviso para a retirada urgente de civis dum bairro com muitos ministérios e embaixadas.

Os ataques aéreos de Israel colocaram também pelo menos duas das três instalações de enriquecimento de urânio em operação no Irão fora de serviço. Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atómica, disse à BBC que era muito provável que a maior parte das cerca de 15 mil centrífugas em funcionamento na maior de todas as instalações nucleares iranianas, em Natanz, tivessem ficado gravemente danificadas ou destruídas.

Do outro lado, os mísseis iranianos atingiram esta segunda-feira as cidades de Telavive e Haifa, matando pelo menos oito pessoas e deixando pelo menos uma centena de feridos. Os Guardas da Revolução do Irão revelaram que o último ataque empregou um novo método que fez com que os sistemas de defesa multicamadas de Israel se atacassem mutuamente, permitindo que os mísseis passassem.

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