Comer
Começamos a jornada com um mapa de degustação que alimenta (quase) todos os gostos. Temos a Feira do Mel, Queijo e Pão de Mértola, que convida a conhecer o que de melhor se faz no concelho com uma montra cheia e os pergaminhos de 25 edições. Aqui, poderiam trocar-se as voltas ao que diz a sabedoria popular e, sem medos, adoptar o lema “um é pouco, dois é bom e três não será demais”. Não viria grande mal ao mundo, até porque ao mel artesanal, queijos tradicionais e pão fresco, se juntam os vinhos e um cabaz de provas, oficinas, conversas e espectáculos musicais. Acontece entre 25 e 27 de Abril, no Pavilhão Multiusos de Mértola, e tem entrada livre.
Nas mesmas datas, há Gastronomia em Movimento para os lados de Castanheira de Pêra (Leiria). Nesta que é a quarta edição da iniciativa, a “boa comida” da terra vem guarnecida com um programa multidisciplinar, feito de concertos, workshops e demonstrações culinárias, mas também tasquinhas de restauração e bares da região. A festa está montada na Praça da Notabilidade e é de entrada gratuita.
Seguimos para as carnes: entre 24 de Abril e 4 de Maio, Miranda do Corvo entrega-se aos Sabores da Chanfana. Manda a tradição que se amacie a carne de cabra velha em vinho tinto e se leve a cozer em forno a lenha, em caçoilos de barro preto. O resultado está à prova nas ementas dos restaurantes locais, por onde também passam os negalhos e a sopa de casamento, e vem acompanhado com uma Mostra de Doçaria Tradicional e Mostra de Vinhos e Jeropiga no Mosteiro de Santa Maria de Semide, a 26 e 27 de Abril.
Outra sugestão: as Carnes de Capoeira em Arruda dos Vinhos. São 14 as casas que se associam à causa, servida durante todo o mês de Maio e harmonizada com os néctares locais. Pato assado no forno, galo de cabidela, frango frito, codornizes à portuguesa e coelho à lagareiro são algumas das opções à mesa.
Nas contas dos sabores a mar e afins, Vamos aos Cricos por terras de Ílhavo. O Festival Gastronómico de Produtos da Ria está no prato até 4 de Maio e presta honras ao crico, nome popular usado na região para designar o berbigão, sem esquecer outras estrelas como o mexilhão, a navalha (longueirão ou lingueirão), a amêijoa, o choco ou a ostra, todas vindas das águas salgadas e pouco profundas da ria de Aveiro.
Em Ferreira do Zêzere, de 24 de Abril a 4 de Maio, reina o Festival Gastronómico do Lagostim e Peixe do Rio. Nasceu em 2008, com a ideia “Se não podemos vencê-los… Vamos comê-los”, à conta da abundância do lagostim-vermelho na albufeira de Castelo do Bode, e conseguiu o feito de transformar uma praga num festim para o paladar. Nesta edição, acena com nove estabelecimentos, showcookings, um workshop de pesca com passeio pedestre e uma caminhada a São Pedro de Castro pelas margens da ribeira da Cabrieira.
A Norte, é o bacalhau que dá o corpo à degustação. O Festival Gastronómico do Bacalhau de Chaves dá cartas em dez restaurantes flavienses, entre 2 e 4 de Maio.
Para compor o cenário, venham flores: entre centáureas, cravinas, capuchinhas, amores-perfeitos e sálvia-ananás, há “flores mil” para trincar na Mostra Gastronómica de Cozinha Criativa com Flores Comestíveis de Grândola, à mão de semear (e colher) entre 25 de Abril e 4 de Maio.
Beber
Seguimos viagem para Melgaço, onde a Festa do Alvarinho e do Fumeiro é já um ponto obrigatório no calendário de provas nacionais. Nasceu em 1995 para mostrar os produtos da terra à população local, estendeu a montra às riquezas e potencialidades do território e é hoje um certame que atrai milhares de visitantes e alinha cerca de meia centena de expositores de vinhos, fumeiro, petiscos e artesanato, compondo a “festa rija” com tasquinhas, concursos, conversas de Alvarinho no feminino, música, showcooking, jornadas gastronómicas em restaurantes da cidade e uma série de actividades como visitas de enoturismo ou animação desportiva e radical. A 31.ª edição está marcada para os dias de 25 a 27 de Abril; a entrada é livre, ficando o copo de prova por 3,50€.
No caminho estão também a Festa do Vinho do Cartaxo, focada na região vitivinícola do Tejo e articulada entre exposição, venda e provas de vinho, com harmonizações, culinária, artesanato, música e folclore pelo meio (de 30 de Abril a 4 de Maio, no Pavilhão Municipal e com entrada livre), bem como a Mostra de Vinhos em Fernando Pó (Palmela) que, de 2 a 4 de Maio, faz da aldeia vinhateira palco para a 28.ª edição do certame. Às notas do programa de eventos do género, costuma ainda fazer a festa com visitas guiadas a adegas, uma Rota das Vinhas do Pó by Road e escape rooms temáticos.
Passear
Se é a fé que move a passeata, há que rumar a Barcelos. Ali tem lugar, entre 30 de Abril e 4 de Maio, a secular Festa das Cruzes. Considerada por muitos como uma das maiores festas religiosas do país — foi, aliás, recentemente inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial —, presta tributo ao Milagre das Cruzes que, reza a lenda, ali aconteceu em 1504 e faz parte da memória identitária da cidade. Do cariz “vincadamente religioso” inicialmente evocado, a festa passou a incluir elementos de animação, como carrosséis, tasquinhas, cortejos etnográficos, cantares, artesanato, exposições, folclore, arruadas ou fogo-de-artifício no rio Cávado. A estes junta-se um cartaz que tem como momentos altos os Arcos de Romaria, os Tapetes de Pétalas Naturais, a Batalha das Flores, a Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz e os concertos, este ano encabeçados por The Gift, Calema, Nininho Vaz Maia e Fernando Daniel.
Também Lagos convida a viajar no tempo, nas mesmas datas: imbuída do “espírito épico” da época quinhentista, a cidade algarvia torna a pôr em marcha o Festival dos Descobrimentos. Espectáculos, recriações históricas, exposições, workshops e visitas guiadas são algumas das forças a acertar o passo ao presente e ao passado nesta 12.ª edição, inspirada n’A Grande Aventura – De Lagos ao Japão. Um mergulho no território nipónico que pode ser saboreado por meio da gastronomia (sushi e mochi incluídos), do artesanato, de artes tradicionais como o origami ou a caligrafia, de demonstrações de kyudo, da conferência O Encontro de Portugal com o Japão nos Séculos XVI-XVII e de performances com tambores e fogo.
Quem andar pela região Centro, vale a pena visitar O Museu na Rua. Agendada para 3 de Maio, é uma “rara oportunidade de ver, ouvir, cheirar e até passear no lugar de passageiro nas máquinas cheias de história” do Museu do Caramulo. A experiência “única e memorável” vale para miúdos e graúdos e está sujeita à aquisição de um voucher (valores de 19,90€ a 99,90€).
Em Lisboa, é tempo de renovar o convite para “participar na alma verde da cidade”. Entre jardins secretos, projectos comunitários, colecções raras, hortas, claustros e palácios, a ordem é para entrar em Jardins Abertos e descobrir as espécies que os habitam e outras curiosidades botânicas, olhar para o que podemos colher e comer, e aprender com quem sabe da matéria. A 14.ª edição vem com raízes alargadas aos fins-de-semana do mês de Maio (dias 3, 4, 10, 11, 17, 18, 24 e 25), abrindo os portões a uma série de visitas, oficinas, passeios sensoriais e outras actividades para a família. Tal como nas edições anteriores, todas as actividades são gratuitas, respeitando a ordem de chegada e a lotação de cada sítio.
Sobre postais da natureza e caminhadas para memória futura, há percursos que, não sendo novidade e podendo valer para todo o ano, assentam aqui que nem uma luva: os Passadiços do Paiva, em Arouca, que estiveram em obras para recuperação dos estragos provocados pelos incêndios e reabriram há uns dias (2€); a 516 Arouca, também sobre o rio Paiva, que faz gala como “uma das maiores pontes pedonais suspensas do mundo” (10€ a 12€); e os Passadiços do Mondego, na Guarda, que põem os andarilhos a calcorrear os cerca de 12 quilómetros que separam a barragem do Caldeirão da aldeia montanhosa de Videmonte (2,50€).
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