Um documentário centrado no músico cubano Candyman (Ruben Cuesta Palomo), pioneiro do ‘reggaeton’, venceu o prémio internacional de jornalismo na categoria de imagem da Fundação Gabo, de Gabriel García Márquez, anunciados em Cartagena, na Colômbia.
Durante a gala do Festival, no sábado, o prémio foi entregue a “En la caliente – Historias de un guerrero del reguetón”, realizado pelo cubano Fabien Pisani.
Esta coprodução entre Cuba e os Estados Unidos, através de The Cuban Joint, Zafra Media, Cacha Films e Caffeine Post, olha para este movimento musical como epicentro de transformações sociais em Cuba, no final dos anos 1990.
“Uma história brilhante e autêntica sobre a expressão através do ‘reggaeton’ por Candyman em Cuba. Particularmente notável é a sua narrativa equilibrada, que se apoia assertivamente na música como recurso para explorar o autoritarismo”, explicou a Fundação Gabo.
Entre os finalistas nesta categoria estavam o documentário português “Os Olhos da Revolução”, de Jacinto Godinho e Carlos Oliveira, com edição de Sara Cravina e produção de Gonçalo Silva, e “A Raposa”, da BBC News Brasil/BBC World Service, sobre narcotráfico.
Produzido pela RTP, nos 50 anos do 25 de Abril, o documentário “Os Olhos da Revolução” recorda cineastas desconhecidos que mostraram a revolução portuguesa: uma equipa da então ORTF, televisão pública francesa, que estava em Lisboa na expectativa de um golpe militar; uma equipa da TVE que conseguiu filmar imagens únicas do cerco à sede da PIDE/DGS, na madrugada de 26 de abril; e um operador de câmara da RTP, impedido de entrar nas instalações já ocupadas da estação, que filmou as operações do movimento dos capitães, nas ruas de Lisboa, garantindo as únicas imagens desse dia, na televisão portuguesa.
Os Prémios Gabo, atribuídos pela fundação criada pelo escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez em 1995, foram instituídos em 2013 e distinguem trabalhos jornalísticos do espaço iberoamericano, em seis categorias: áudio, texto, imagem, fotografia, cobertura e inovação.
Na anterior fase de seleção, também estiveram nomeados para os Prémios Gabo 2025 dois trabalhos do jornal Expresso: a reportagem “Diários Migrantes”, de Salomé Rita, Ana França, Tiago Pereira Santos e João Carlos Santos; e “Mitra, o ‘depósito’ de Lisboa onde o Estado Novo fechava os indesejáveis”, de Raquel Moleiro, Joana Pereira Bastos, Tiago Miranda e Ruben Tiago.
Gabo era o diminutivo assumido por Gabriel García Márquez (1927-2014), Prémio Nobel de Literatura em 1982, autor de “Cem Anos de Solidão” e “Crónica de Uma Morte Anunciada”.
Os prémios foram entregues no âmbito do Festival Gabo, fórum dedicado à prática jornalística, que terminou ontem em Cartagena.
Os vencedores do Prémio Gabo recebem 35 milhões de pesos colombianos (cerca de 7360 euros), um diploma e um exemplar da escultura “Gabriel”, do artista colombiano António Caro (1950-2021).
Também no sábado, a fundação homenageou duas jornalistas, a argentina Laura Zommer, e a brasileira Patrícia Campos Mello, assim como o órgão de comunicação venezuelano Armando.info.
A presidente da Fundação Gabo, Mónica González, sublinhou a “firmeza e coragem” de Campos Mello ao se infiltrar nas redes de informação que alimentam o autoritarismo, e o trabalho que a jornalista do Folha de S.Paulo realizou sobre sobre desinformação, violência política e direitos humanos no Brasil.
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