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Esquerda e direita continuam divididas no reconhecimento do Estado da Palestina | Parlamento

O debate sobre o reconhecimento do Estado da Palestina voltou, esta sexta-feira, ao Parlamento, mas o desfecho não foi diferente do que tem acontecido: apesar da insistência da esquerda, os partidos à direita, embora favoráveis à solução dos dois Estados, defendem que, para que Portugal possa reconhecer aquele Estado, há várias condições que devem estar reunidas.

Esta sexta-feira, foram debatidos cinco projectos de resolução que recomendam ao Governo que reconheça o Estado da Palestina. As iniciativas, vindas das bancadas da esquerda ― PCP, Bloco de Esquerda, Livre, PS e PAN ―, voltaram a não ser acolhidas por PSD, CDS, IL e Chega que, no pólo oposto, apresentou um projecto que recomenda ao executivo que não reconheça a Palestina como Estado soberano.

A discussão foi acesa e até motivou reacções de quem estava a assistir ao debate os deputados do Chega alegaram que foram mandados calar por uma pessoa que estava nas galerias.

À esquerda, os partidos defenderam a importância de se reconhecer o Estado da Palestina e criticaram o “genocídio” na Faixa de Gaza. Bloco de Esquerda e Livre lamentaram a “hipocrisia” da direita que defende a solução dos dois Estados mas só reconhece um. João Torres, do PS, considerou que o reconhecimento “deixou de ser apenas um acto simbólico ou diplomático”, tornando-se “um imperativo político e ético”, já que “representa a única forma de manter viva a esperança na solução de dois Estados”.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, criticou o facto de Portugal querer determinar como se organiza e quem dirige o Estado da Palestina antes de o reconhecer. “Uma clara confusão entre reconhecimento, ingerência e colonialismo”, considerou. Também Filipe Sousa, do JPP, considerou que o reconhecimento da Palestina é um “passo essencial para a construção de uma paz duradoura”.

À direita, os argumentos são já conhecidos. Os partidos defendem que o reconhecimento do Estado da Palestina só deve acontecer quando forem garantidas certas condições que o primeiro-ministro, aliás, já apresentou no Parlamento: a libertação imediata dos reféns, reformas internas que permitam implementar na Palestina um Estado democrático, a desmilitarização, o desarmamento do Hamas e a destruição de organizações terroristas e o reconhecimento, pela Autoridade Palestiniana, do Estado de Israel. Para além disso, frisaram a importância de que o reconhecimento da Palestina aconteça enquadrado no âmbito da União Europeia.

Do lado da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva defendeu que este é o “tempo da diplomacia, não da precipitação”. Ricardo Dias Pinto, do Chega, criticou o “moralismo performativo da extrema-esquerda”, considerando que a proposta do Chega mostra “prudência e realismo”. Pelo CDS, João Almeida referiu-se ao ataque de 7 de Outubro para dizer que o agravar do conflito não aconteceu por iniciativa de Israel, mas do Hamas.

A Iniciativa Liberal avançou ainda com uma recomendação para que o executivo adopte uma “estratégia equilibrada e responsável para promover uma solução pacífica e sustentável” para o conflito. O Livre propôs a “suspensão imediata do Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel” e o PAN recomendou que o executivo “active mecanismos urgentes para o acolhimento de crianças provenientes da Faixa de Gaza em necessidade de cuidados médicos especializados”.

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