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EUA deportaram para o Sudão do Sul sete pessoas sem ligação ao país | EUA

O Governo dos Estados Unidos deportou para o Sudão do Sul oito migrantes, sete deles sem qualquer ligação ao país. Os oito foram expulsos de território norte-americano em Maio passado e desde então que estavam detidos numa base militar norte-americana no Jibuti. A confirmação foi dada pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, neste sábado, 5 de Julho.

O avião que transportou os oito homens deportados pelos Estados Unidos aterrou na madrugada deste sábado no Sudão do Sul, afirmaram dois funcionários do aeroporto de Juba, citados pela agência Reuters sob condição de anonimato.

O destino dos migrantes tem sido alvo de disputa em tribunal, estando em causa a legalidade das violentas políticas anti-imigração da Administração Trump, que avançou com deportações para os chamados “países terceiros”, como solução para casos em que a lei norte-americana impede o retorno forçado de uma pessoa ao seu país ou em que o país de origem não aceita o regresso de um cidadão.

O próprio Departamento de Estado norte-americano desaconselha os seus cidadãos a viajar para o Sudão do Sul e reduziu ao máximo a sua delegação diplomática em Juba, reconhecendo as “ameaças de segurança” no país. Também as Nações Unidas admitem que a actual “escalada da violência e o agravamento das tensões políticas” colocam a mais jovem nação do mundo à beira do regresso à guerra civil.

De acordo com os seus advogados, os oito homens deportados são cidadãos de Cuba, do Laos, do México, Myanmar, Sudão e Vietname. Apenas um é originário do Sudão do Sul. Todos terão antecedentes criminais graves, segundo divulgou o Departamento de Segurança Interna, e vários já cumpriram pena de prisão.

A defesa do grupo argumentou que a sua deportação para o Sudão do Sul violaria a Constituição dos Estados Unidos, que proíbe “castigos cruéis e incomuns”, mas não conseguiu evitá-la.

Estavam detidos pelos Estados Unidos no Jibuti há mais de um mês, desde que um juiz federal de Boston, Brian Murphy, impediu a Administração Trump de os transferir, directa e imediatamente, do Texas para o Sudão do Sul. Durante seis semanas, viveram num contentor de mercadorias, uma espécie de cela improvisada, na base militar do Jibuti, vigiados por agentes da polícia de estrangeiros e fronteiras norte-americana (ICE, na sigla em inglês).

A disputa em tribunal continuou e, na passada quinta-feira, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos acabou por dar razão ao Governo e levantar a suspensão decretada por Murphy.

Não foi divulgado para onde foram os oito migrantes após a sua chegada ao Sudão do Sul. Também se desconhece o seu actual estado de saúde, depois de semanas sujeitos a temperaturas a rondar os 40 graus Celsius e a doenças como a malária.

Ainda este sábado, Donald Trump aproveitou o fim-de-semana de celebração do Dia da Independência dos Estados Unidos e a recente aprovação da sua “grande e linda lei” para defender o reforço do financiamento do ICE, para que esta polícia possa “levar a cabo a maior operação de deportação em massa da história”.

“Não permitiremos que a América se torne um país de terceiro mundo cheio de crime, escolas falhadas, hospitais em colapso e total disfunção social. Chama-se ‘remigração’ e fará com que a América seja grande de novo!”, escreveu na sua rede social, a Truth Social, dando ênfase ao termo que tem sido repetido pela extrema-direita europeia — “remigração” — e que serve como “palavra de código para fantasias racistas”, como notou a jornalista alemã Anika Leister, ao analisar o seu uso por Alice Weidel, líder da AfD.

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