O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarou esta sexta-feira, 14 de Março, que o embaixador da África do Sul nos Estados Unidos já não é bem-vindo no país, acusando-o de “odiar a América”.

“Ebrahim Rasool é um político que atiça ódios raciais, que odeia a América e odeia o Presidente” Donald Trump, escreveu Rubio na rede social X. “Não temos nada para discutir com ele e, por isso, é considerado persona non grata.“

Segundo o site da embaixada da África do Sul nos EUA, Ebrahim Rasool entregou as suas cartas credenciais ao ex-Presidente Joe Biden a 13 de Janeiro, dando início ao seu mandato enquanto representante da diplomacia sul-africana. O mandato que deverá agora chegar ao fim não era, contudo, o primeiro em Washington, tendo já ocupado o cargo de embaixador durante a Presidência de Barack Obama, entre 2010 e 2015.

A 7 de Fevereiro, Trump assinou um decreto a conceder estatuto de refugiado a cidadãos sul-africanos da minoria africâner, acusando o Governo do país de discriminar pessoas brancas e de lhes confiscar as terras, ainda que sem apresentar provas das suas alegações.

As acusações do líder republicano referem-se a uma lei promulgada pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em Janeiro, que facilita a expropriação de terrenos pelo Estado, em prol do interesse público e com o objectivo de atenuar desigualdades raciais sobre a propriedade de terras no país.

Também Elon Musk, que integra a Administração Trump e nasceu na África do Sul, afirmou que os cidadãos sul-africanos brancos têm sido vítimas de “leis racistas”.

Até ao momento, o Departamento de Estado dos EUA e a embaixada da África do Sul em Washington não responderam a um pedido de esclarecimentos por parte da agência Reuters.

Os laços entre os Estados Unidos e a África do Sul enfraqueceram desde que Donald Trump anunciou cortes à ajuda financeira norte-americana ao país, alegando discordar do caso apresentado pela África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça, em que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza.