O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, não descartou, esta sexta-feira, a possibilidade de os EUA abandonarem os esforços para alcançar a paz na Ucrânia – uma guerra que não começaram, reforçou Rubio. “Se não é possível terminar a guerra na Ucrânia, então temos de seguir em frente”, disse o secretário de Estado, depois da reunião de chefes de Estado e diplomatas europeus, norte-americanos e ucranianos em Paris. “Não vamos continuar com este esforço nas próximas semanas e meses a fio.”
Os EUA estarão a analisar, “numa questão de dias”, se é “fazível” chegar a um acordo de paz na Ucrânia nas próximas semanas, afirmou Rubio, citado pelo New York Times. As conversas no Eliseu foram construtivas, descreveu, mas a Administração Trump está impaciente: “Esta não é a nossa guerra, não a começámos”, resumiu. “OS EUA têm estado a ajudar a Ucrânia nos últimos três anos e querem que a guerra termine, mas não é a nossa guerra.”
Nos últimos tempos, os EUA têm estado a exercer mais pressão sobre a Rússia e a Ucrânia para que terminem com a guerra, mas Trump já não esconde a sua impaciência com a guerra e especialmente com Zelensky, de quem não é “grande fã”, disse esta quinta-feira, durante um encontro com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Os parceiros europeus, mais alinhados com Kiev, podem ajudar a pressionar Zelensky no sentido de se chegar a um compromisso, acreditam os norte-americanos. “Acho que o Reino Unido, a França e a Alemanha podem ajudar-nos a fazer com que as coisas avancem e aproximar-nos de uma resolução”, disse, aos jornalistas, no aeroporto, à partida de Paris. “Acho que foram muito prestáveis e construtivos com as suas ideias.”
Marco Rubio e o enviado especial da Casa Branca Steve Witkoff fizeram parte da comitiva norte-americana em Paris, na última quinta-feira. Witkoff, que já se encontrou com Putin várias vezes e já afirmou ter feito alguns progressos nas conversas para um cessar-fogo, actualizou os parceiros europeus sobre o estado das negociações.
Entre as exigências russas contam-se as de cedência de território por parte da Ucrânia (território actualmente ocupado pela Rússia) e que Kiev fique de fora da NATO. Estas exigências foram já rejeitadas pela Ucrânia.
Apesar disso, Witkoff parece acreditar que a questão territorial do acordo poderá ser resolvida, pelo menos parcialmente, de uma forma que agrada à Rússia. Ao The Wall Street Journal, o enviado da Casa Branca afirmou que “a Rússia poderá ficar com algumas regiões, mas não com todas” e sugeriu que a “Ucrânia pode importar-se menos com algumas regiões que são russófonas”.
Do lado do Kremlin, há a confirmação de que houve “algum progresso” nas conversas sobre um possível acordo de paz na Ucrânia. No entanto, admite o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, os contactos com os EUA são complicados porque “naturalmente, o tópico não é fácil”.
“A Rússia está comprometida com a resolução do conflito, garantindo os próprios interesses, e está aberta ao diálogo. Vamos continuar a fazer isto”, garantiu. “Já foram alcançados alguns desenvolvimentos”, admite, mas ainda há muito trabalho pela frente.
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