Num reforço das restrições a que a Nvidia se tem oposto publicamente, a Administração dos EUA começou a exigir uma licença de exportação dos chips H20 da empresa para a China e outros países, resultando em pesados encargos financeiros para a empresa liderada por Jensen Huang.    

A Administração Trump informou a empresa na segunda-feira que a necessidade de licença estará em vigor durante “um futuro indefinido”, de acordo com um comunicado da fabricante de chips para Inteligência Artificial (IA) ao regulador de mercado norte-americano, a SEC, esta terça-feira.

O comunicado refere que a Administração dos EUA indicou que “o requisito de uma licença responde ao risco de os produtos abrangidos poderem ser utilizados em, ou desviados para, um supercomputador na China”.       

Devido às restrições, a empresa espera registar um encargo de até 5,5 mil milhões de dólares no primeiro trimestre fiscal devido ao “inventário, compromissos de compra e reservas relacionadas” em ligação à linha H20, refere ainda a Nvidia.

Os chips H20, com uma capacidade inferior aos semicondutores mais poderosos da empresa, foram desenhados precisamente para cumprir as restrições que os EUA tinham já imposto nas exportações para a China no tempo da administração Biden.

Os chips de processamento gráfico H20, apesar de menos rápidos do que os semicondutores H100 e H200 da empresa, são uma importante fonte de receitas para a Nvidia, tendo gerado entre 12 a 15 mil milhões de dólares em vendas em 2024.

A restrição às exportações procura impedir que a China tenha acesso aos chips produzidos nos EUA para o desenvolvimento de modelos avançados de IA. Foi com os chips H20 que a DeepSeek, por exemplo, desenvolveu o seu chatbot de IA, causando dúvidas sobre a necessidade dos anunciados investimentos massivos no setor.  

A Nvidia poderá ser ainda alvo de novas restrições relacionadas com a “difusão de IA”, de acordo com regras definidas ainda pela Administração Biden, refere a CNBC.   

*Com Bloomberg