Matilde Fidalgo deixou legado de quinas ao peito, agora é fervorosa adepta da equipa lusa e dá algumas dicas às Navegadoras: amnésia seletiva para deixar fantasma dos últimos resultados para trás das costas
GENEBRA — «O caminho faz-se caminhando», escreveu o poeta castelhano Antonio Machado. Passo a passo rumo a um objetivo. Tem sido assim o percurso da Seleção Nacional feminina que, amanhã, inicia o percurso numa fase final de Campeonatos da Europa pela terceira vez na sua história. E por falar em história, as Navegadoras não estariam hoje neste patamar se lá atrás não tivesse havido outras mulheres carregadas de sonhos.
Matilde Fidalgo foi uma das que deixou legado de quinas ao peito, jogou os dois Europeus anteriores, em 2017 e 2022, e, agora, penduradas as chuteiras, é fervorosa adepta a torcer pelo sucesso luso.
«Tenho orgulho de ter feito parte do processo de evolução desta Seleção. É certo que Portugal ainda está numa fase de transição, começa a entrar num estágio de afirmação, mas continua em crescimento», realça a A BOLA.
Lateral-direita internacional portuguesa anunciou a decisão
Desafiada a apontar a maior diferença entre a equipa que jogou o Europeu de 2017 e a atual, a antiga jogadora foi clara: «É que já não é uma surpresa, apesar de haver jogadoras em estreia, Portugal já vai com um estatuto diferente, com afirmação. A forma como as jogadoras encaram é diferente, há uma maior preparação, e também as outras equipas respeitam Portugal com outra magnitude e está, de facto, cada vez mais forte.»
A jogadora portuguesa tem sido valorizada além-fronteiras e isso, diz, ajuda ao crescimento. «Houve muitas a saírem de Portugal numa altura em que não havia grande visibilidade e depois regressaram quando houve a profissionalização, o que trouxe benefícios e a Seleção Nacional foi evoluindo e projetou-se», realça a prima de Bernardo Silva.
Inglaterra, campeã em título, está no topo da pirâmide, ou melhor, no prestigiado Dolder Grand, que já alojou Rihanna, Sophia Loren, John Wayne e Nelson Mandela. Portugal fica-se pelo meio da tabela
A atual assessora do futebol feminino no Sindicato dos Jogadores deixa, ainda, algumas dicas para o jogo de estreia, com a Espanha: «Este jogo tem de ser encarado quase com uma amnésia seletiva, deixar para trás os fantasmas dos maus resultados recentes, sem, no entanto, esquecer os motivos que levaram a sofrer tantos golos [20 em quatro jogos e apenas três marcados]. Há que encarar este Europeu com uma cara nova e com tranquilidade.»
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