Na Grécia, o cenário mais preocupante é na ilha de Creta, onde um incêndio de grandes dimensões obrigou à retirada de cerca de 1.500 pessoas, entre moradores e turistas, de habitações e unidades hoteleiras.

Durante a noite, mesmo com uma ligeira descida das temperaturas, as chamas mantiveram-se ativas em três frentes, impulsionadas por ventos fortes.

A ausência de meios aéreos após o pôr do sol levou as autoridades a agir por precaução. Foram enviados reforços de bombeiros de Atenas para apoiar os operacionais locais. O governo grego já tinha alertado que julho seria o mês mais crítico no combate aos incêndios, agora agravados pela intensa onda de calor que atinge o sul da Europa.

Na vizinha Turquia, a situação é semelhante, com especial gravidade na província de Izmir. Só na última semana, os bombeiros enfrentaram centenas de fogos ativos, obrigando à retirada de mais de 50 mil pessoas para zonas seguras.

Em Espanha, o alerta por risco de incêndio mantém-se elevado em várias regiões. Na Catalunha, o maior fogo registado até agora foi dado como controlado, mas provocou a morte de dois agricultores, cercados pelas chamas que avançaram de forma rápida e imprevisível.

Em Itália, as temperaturas extremas estão já a ter consequências mortais. As autoridades confirmam cinco vítimas associadas ao calor, e o Ministério da Saúde colocou 18 cidades em alerta máximo vermelho, incluindo Roma e Milão.

O calor é considerado tão severo que representa um risco sério não só para idosos e doentes crónicos, mas também para pessoas jovens e saudáveis. Em Itália, foi determinada a suspensão do trabalho ao ar livre durante as horas mais quentes do dia.

As altas temperaturas não afetam apenas os humanos. Em Roma, os animais do jardim zoológico estão a ser alimentados com fruta congelada para aliviar o desconforto. Medidas semelhantes foram adotadas também na Alemanha. O país, menos habituado a calor extremo, registou esta semana o dia mais quente do ano, com termómetros a chegarem aos 40 graus em regiões do sul e oeste.