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Uma jornada que atravessa realidades culturais de países como Timor Leste, Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, representada por 30 fotos que ressaltam a ancestralidade e as raízes das quatro nações. Esse é o conceito na exposição Marimba, que será aberta no Porto, neste sábado (16/08), às 17h, e se estenderá até 30 de agosto no Palacete dos Viscondes de Balsemão. Depois, a mostra seguirá para Lisboa, onde poderá ser apreciada de 11 a 28 de setembro.
As imagens captam terras remotas, realidades e culturas pouco difundidas, além de valorizarem a etnografia e o cotidiano de comunidades seculares. “A exposição se chama Marimba porque está diretamente ligada ao projeto homônimo de valorização musical. A marimba é um instrumento de origem africana e que tem suas origens nos xilofones (ainda hoje encontrados em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau) e nos gamelões do século I, presentes na Indonésia, cujos ritmos influenciaram também a música de Timor-Leste”, explica o coordenador-geral da mostra, Miguel Ângelo.
A mostra fotográfica é o resultado de uma compilação de imagens feitas, por vários autores, desde 2022. A transformação do material em exposição tem como objetivo franquear ao público as diversas etapas e vivências do projeto desenvolvido nos quatro países lusófonos. Entre as fotos, chamam a atenção o registro de festas com danças, preparo de refeições e rituais históricos em aldeias.
Cultura de países lusófonos ainda surpreende
Divulgação
Festivais no Brasil
Quanto ao Brasil, o projeto Marimba está presente em festivais como Zona Mundi e Afropunk, em Salvador (Bahia), Tum Festival, em Florianópolis (Santa Catarina), além de atividades culturais no Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais brasileiras. O Marimba já impactou diretamente cerca de 2 mil brasileiros por meio de iniciação musical, formação de professores, criação de currículos e atribuição de bolsas de estudo.
“A exposição tem 30 fotos, incluindo duas que foram vencedoras do concurso Marimba de Fotografia. Escolher a mais chamativa e emblemática é uma tarefa difícil, pois cada uma delas traz uma proposta única e transmite emoções e histórias distintas. Todas as fotos têm a capacidade de envolver o visitante, impactando e despertando de imediato uma ligação com o tema abordado. A harmonia entre a técnica, a composição e a mensagem transmitida é que torna cada uma delas particularmente emblemática”, destaca a curadora da exposição, Ana Cristina Baptista.
Empregabilidade e inclusão
O projeto Marimba tem como foco a empregabilidade, a pesquisa e a difusão da música dos quatro países. Dedica-se ainda a promover e divulgar artistas associados por meio de plataforma digital. Outro objetivo é potencializar a inclusão sócio-econômica das mulheres e a sustentabilidade de agentes culturais.
O Marimba tem uma editora de música sediada em Moçambique (Sounds), uma agência de booking e distribuição internacional, um programa de formação e capacitação técnica (Academy), além do Challenges, que se constitui em um concurso para jovens criadores. Promove, também, concursos internacionais de design, documenta eventos de dança, apoia jovens empreendedores em projetos de design e moda com motivos africanos, entre outras atividades.
“O Marimba surge como um sinal vibrante de que o caminho trilhado está em sintonia com algo maior. Há mais de 25 anos venho me dedicando à pesquisa da música africana e de suas conexões profundas com a nossa identidade — quem somos, de onde viemos, para onde pulsamos. Ela chega com potência, como um chamado para a criação de pontes vivas entre o Brasil e o continente africano por meio da arte. Um instrumento que não apenas ecoa sons, mas também histórias, saberes e afetos”, finaliza Nara Couto, cantora e dançarina baiana e embaixadora do projeto no Brasil.
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