Em 1943 era fundado, na Amadora, um laboratório farmacêutico para colmatar as carências identificadas no mercado nacional durante a II Guerra Mundial, assumindo uma posição de destaque através da preparação de arsenicais trivalentes e pentavalentes, que rapidamente se categorizaram e se tornaram substitutos dos similares franceses e alemães.
Após 80 anos de atividade sob o nome Laboratórios Vitória, a 2 de janeiro de 2023 a sua denominação social foi alterada para Faes farma Portugal.
Com esta decisão, o dono dos Laboratórios Vitória, o grupo espanhol Faes Farma, pretendeu “harmonizar a imagem e designação das suas filiais a nível mundial”.
O âmbito de atuação da Faes Farma Portugal não se limita aos medicamentos sujeitos a receita médica, fazendo também parte do seu portfolio medicamentos não sujeitos a receita médica, cosméticos, dispositivos médicos, artigos de puericultura, suplementos alimentares e nutrição infantil, representando neste último segmento a marca Novalac em Portugal desde 2010.
Entretanto, o grupo espanhol anunciou recentemente que obteve autorização da União Europeia para que o seu novo centro de Derio, na província da Biscaia, País Basco, comece a funcionar como laboratório e centro de produção de medicamentos.
Em causa está um complexo que representou um investimento de 200 milhões de euros e que permitirá à Faes Farma duplicar a sua capacidade de produção para mais de 100 milhões de unidades de medicamentos por ano.
O grupo espanhol pretende transferir para o seu novo complexo, de forma gradual, até 2026, a produção de Leioa – onde está sediado – e parte da que tem na Guatemala e em Portugal.
O Negócios tentou insistentemente saber qual o impacto da deslocalização da produção dos Laboratórios Vitória, que empregam cerca de 160 pessoas, mas a Faes Farma nunca respondeu às nossas questões.
O grupo Faes Farma tem cerca de 1.700 trabalhadores e fechou os primeiros nove meses do exercício de 2024 com uma faturação de aproximadamente 393 milhões de euros.
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