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FMI alerta que tarifas vão corroer atividade económica nos países mais pobres – Mundo

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou esta quinta-feira para o impacto desigual das tarifas na economia mundial. A líder do FMI considera que uma escalada de medidas protecionistas, com as tarifas norte-americanas e as contramedidas dos diferentes países, vai “corroer” a produtividade mundial, com danos especialmente severos nos países mais pobres.

“O protecionismo corrói a produtividade a longo prazo, especialmente em economias mais pequenas”, referiu Kristalina Georgieva, na abertura dos Encontros de Primavera do FMI. A diretora-geral do FMI lembrou que a integração económica mundial permitiu “tirar um grande número de pessoas da pobreza e melhorar condições de vida em todo o mundo”, mas agora está a ser posta em causa com os sucessivos anúncios da Administração Trump de imposição de tarifas sobre produtos importados.

Para Kristalina Georgieva, as tensões comerciais são como “uma panela que esteve a borbulhar por muito tempo e está agora a ferver”, numa altura em que vários países ameaçam retaliar. Mas, tal como a água, quando as trocas comerciais encontram obstáculos  sejam eles barreiras tarifárias ou não tarifárias , “desviam”, alertou, explicando que é isso que poderá acontecer com o comércio internacional. 

“Alguns setores em alguns países podem ser inundados por importações baratas; outros podem sofrer escassez“, avisou. Na União Europeia (UE), por exemplo, é esperada uma inundação de produtos chineses mais baratos, tendo em conta as elevadas tarifas que vão enfrentar nos Estados Unidos. Por outro lado, esse desvio das rotas comerciais pode levar à falta de produtos essenciais à atividade económica de alguns países.

“O comércio continua, mas as interrupções têm custos”, asseverou Kristalina Georgieva. E a fatura pode ser especialmente pesada para os países com menor poder económico. 

“As tarifas, como todos os impostos, aumentam a receita em detrimento da redução e mudança de atividade – e evidências de episódios passados sugerem que tarifas mais elevadas não são pagas apenas pelos parceiros comerciais. Os importadores pagam uma parte com lucros menores, e os consumidores pagam outra parte com preços mais altos”, sublinhou.

Enquanto as maiores economias podem responder com a criação de incentivos a que as empresas estrangeiras passem a produzir internamente os mesmos produtos, Kristalina Georgieva fez saber que as economias mais frágeis não têm essa possibilidade e, se não conseguirem substituir as importações visadas por produção interna, vão ter de suportar lucros mais baixos, uma subida da inflação e, com isso, um menor crescimento económico.

É de notar que alguns dos países mais pobres do mundo são também os mais afetados pelas tarifas “recíprocas” norte-americanas. É o caso do Lesoto, Madagáscar, Myanmar ou de São Pedro e Miquelão, cujas tarifas que a Administração Trump vai aplicar rondam os 50% sobre todos os produtos vendidos aos Estados Unidos.

Kristalina Georgieva adiantou ainda que, no relatório com as Perspetivas Económicas Mundiais – que vai ser divulgado na próxima semana –, o FMI não está a antecipar uma contração na economia mundial neste ano nem no próximo, mas vai rever em baixa as projeções de crescimento. Avançou ainda que, no que toca à inflação, as perspetivas apontam para um aumento das pressões inflacionistas à escala mundial.



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