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geleiras de Marte são 80% gelo

Marte continua a surpreender os cientistas. Um novo estudo revela que as suas geleiras, antes consideradas formações rochosas com vestígios de gelo, são afinal compostas maioritariamente por gelo puro. Esta descoberta pode reescrever parte da história climática do planeta vermelho e reforça o seu potencial como fonte de água para futuras missões humanas.

Geleiras em Marte: mais gelo do que se pensava

Tal como na Terra, Marte também possui corpos de gelo em movimento lento, conhecidos como geleiras.

Até agora, os cientistas acreditavam que estas eram constituídas principalmente por rochas cobertas por uma fina camada de gelo. No entanto, um novo estudo revelou que estas formações são, na verdade, compostas por mais de 80% de gelo puro.

A descoberta foi divulgada a 24 de julho de 2025 por investigadores de Israel, Canadá e EUA.

Esta revelação sugere que as geleiras em Marte partilham características físicas semelhantes entre si, o que aponta para processos de formação comuns em todo o planeta.

Implicações para o passado climático e para futuras missões

Para além de fornecer pistas valiosas sobre a história do clima marciano, esta abundância de gelo poderá representar uma fonte vital de água para futuras missões tripuladas ao planeta vermelho.

O estudo foi liderado por Yuval Steinberg, recém-formado no Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, e os resultados foram publicados na revista Icarus a 12 de julho de 2025.

Marte tem cinturões com milhares de glaciares entre 30 e 50 graus de latitude, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul. Imagem via Mars Digital Image Model/ NASA/ J. Levy/ Nanna B. Karlsson/ European Geosciences Union.

Superar limitações anteriores

A equipa recorreu a estudos anteriores, mas encontrou limitações significativas: os dados sobre geleiras cobertas por detritos eram incompletos e difíceis de comparar.

Em alguns dos cinco locais analisados, os estudos prévios eram parciais ou inexistentes.

Para colmatar essas lacunas, os investigadores padronizaram os métodos de análise e usaram duas abordagens principais:

  • Medição das propriedades dielétricas (velocidade das ondas de radar no material)
  • Análise da tangente de perda dielétrica (quantidade de energia dissipada pelo material)

Com estas técnicas, foi possível determinar a proporção entre rocha e gelo nas geleiras.

Cinco localizações estudadas em Marte

Com os novos métodos, os investigadores analisaram quatro locais com geleiras conhecidas e identificaram um quinto, ideal para ser estudado com o instrumento SHARAD (SHAllow RADar), da sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, capaz de detetar gelo sob a superfície rochosa.

Os cinco locais que a equipa investigou quanto à pureza glaciar. O facto de esses locais tão diferentes apresentarem uma proporção semelhante entre gelo e rocha sugere que Marte passou por uma glaciação generalizada ou por várias glaciações com características semelhantes, segundo a equipa. Crédito: Steinberg et. al.

Uma das conclusões mais importantes do estudo é que as geleiras marcianas apresentam propriedades físicas quase idênticas, independentemente da localização. Como explicou Isaac Smith, coautor do estudo:

Isso indica que os mecanismos de formação e preservação são provavelmente iguais em todo o planeta. A partir daí, podemos concluir que Marte sofreu uma glaciação generalizada ou várias glaciações com características semelhantes.

Em resumo...

As geleiras de Marte são compostas por, pelo menos, 80% de gelo puro, contrariando as teorias anteriores que apontavam para uma composição maioritariamente rochosa.

Esta descoberta aprofunda o conhecimento sobre o passado climático do planeta e pode revelar-se crucial para a sobrevivência de futuras missões humanas.



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