A gestão pouco eficaz das escolas e do Ministério da Educação está a acentuar os problemas derivados da falta de professores.

A conclusão é do novo estudo da Fundação Belmiro de Azevedo onde são deixadas recomendações que passam pela junção do primeiro e segundo ciclos, aulas mais curtas e uma revisão do calendário escolar.

Na última década, entraram para o sistema de ensino cerca de nove mil professores, um número muito abaixo das quase 24 mil saídas até ao final do ano passado. O desequilíbrio tem vindo a agravar-se nos últimos anos.

Aos olhos do investigador e autor do estudo, David Justino, as consequências podem ser atenuadas com uma melhor gestão de recursos.

“Dois terços dos professores residem em 1/3 no território. Aquilo que se identifica é que o Ministério mantém uma postura de regulação através do despacho normativo e depois, na prática, aquilo que acontece é que esses normativos não são respeitados”.

A lei portuguesa diz que no pré-escolar e no primeiro ciclo o rácio deve ser de um professor por cada dez alunos. Mas os números de 2023 mostram que para os mais de 144 mil alunos matriculados havia 10.266 educadores. Ou seja, um docente para cada 14 alunos, valor acima do definido.

Portugal é o sétimo país da União Europeia com a média mais alta de alunos por turma.