No Último Episódio
Podcast
No fim da primeira temporada de “No Último Episódio”, Filipa Amaro e José Paiva Chega analisam uma das mais complexas e violentas séries do século XXI: “The Handmaid’s Tale”, com apenas três temporadas disponíveis em Portugal (Prime Video). Oportunidade perfeita para convidar a ativista, escritora e performer Gisela Casimiro para decifrar se June (Elizabeth Moss), a cidadã transformada em serva, é mais real no mundo em que vivemos do que nunca
Na primeira temporada de “The Handmaid’s Tale”, adaptação televisiva da obra maestra, lançada em 1985, de Margaret Atwood, June (Elizabeth Moss, de tantos bons e grandes projetos como “Mad Men”) é transformada em Offred, num distópico e totalitário mundo em que as mulheres só servem para parir. Cenário violento, complexo e mais parecido com algumas realidades do que nunca, que chega agora ao fim após seis temporadas.
Uma cidadã comum tornada heroína dentro de uma revolução feminina onde várias mulheres vão ter de lutar para recuperar direitos básicos. Uma história sobre maternidade, mas também sobre mulheres que não querem ser mães. Um aviso sem o ser, um documentário sem o ser, uma série dentro de uma ideia de televisão de prestígio que agora chega ao fim. “É uma série que relembra que temos de estar na luta pela libertação constante”, diz-nos a poeta, performer e activista Gisela Casimiro, a convidada do podcast “No Último Episódio”.
Gisela Casimiro no podcast No Último Episódio
Matilde Fieschi
Gisela Casimiro apaixonou-se por esta série mas não só por retratar uma realidade de diferentes mulheres: no Irão, na Europa, nos Estados Unidos da América, onde vários direitos foram sendo conquistados e estão a ser postos em causa. Também por ter diferentes camadas, com humor e violência, sobre o que significa liderar uma revolução num país, numa cidade (Gilead) que devia ser democrática. “The Handmaid’s Tale” tem servas, Marthas, comandantes, “Olhos”, vestidos vermelhos, Sydney Sweeney antes de ser polémica, e centros de formação com base em tortura. Mas também tem redenção e momentos para sorrir, no meio da tragédia. “Gosto de usar o humor, e gosto quando as mulheres sorriem nesta série, não devemos antagonizar as pessoas”, diz.
Apesar de “The Handmaid’s Tale” ter estreado na ressaca da primeira eleição de Donald Trump para presidente dos EUA, os autores tentaram distanciar-se das consequências do seu mandato. Comparações são, claro, inevitáveis. Ainda assim, basta ver o que o Supremo dos EUA reverteu em 2022, relativamente ao direito ao aborto (Roe v. Wade). E porque será que, apesar de toda a brutalidade e violência que a série demonstra sobre as mulheres, tanta gente gostou e gosta de ver “The Handmaid’s Tale”, apesar do seu fim ter passado despercebido em Portugal? Difícil responder. “A série tem temas muito densos, em Portugal a cultura não tem importância política”. Afinal, está aí a resposta. Temos de estar atentos e continuar a luta. Sem ser “debaixo do seu olho” (“Under His Eye”).
Gisela Casimiro com Filipa Amaro e José Paiva no podcast No Último Episódio
Matilde Fieschi
Quantas vezes já quis saber mais sobre “aquele” último episódio? Encontrar respostas que criam mais perguntas e só o deixam a pensar quando é que estreia o próximo capítulo?
Em “No Último Episódio”, Filipa Amaro e José Paiva não trazem garantia nenhuma de tranquilizar os fãs de séries. Vêm para se juntar à festa.
Trazem histórias de bastidores, críticas do público vs críticas dos críticos e análises de cenas.
Tudo isto num podcast que se vai dedicar à melhor televisão internacional de 2025.
‘No Último Episódio’ vai para o ar todas as sextas-feiras no Expresso e em todas as plataformas de podcast.
O primeiro episódio será publicado a 25 de abril. Oiça aqui o trailer.
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