A Google prepara-se para reescrever o futuro dos seus sistemas operativos, com planos cada vez mais evidentes de juntar o Android e o ChromeOS numa plataforma unificada. Recorde-se que o Android é um sistema operativo (SO) muito popular em smartphones e tablets. De acordo com dados da Statcounter Global Stats, cerca de dois terços dos smartphones em Portugal usam este SO. Por cá, o ChromeOS é muito menos conhecido — segundo a mesma fonte, tem menos de 1% de quota de mercado entre os sistemas operativos usados em computadores. Enquanto o Android foi criado de raiz para ecrãs mais pequenos, o ChromeOS foi criado para computadores portáteis, normalmente de baixo custo, conhecidos por Chromebooks. Em alguns países, como é o caso dos Estados Unidos, o ChromeOS é muito associado a computadores portáteis escolares.
Foi Sameer Samat, responsável máximo pelo ecossistema Android, quem confirmou a intenção da Google. Em entrevista ao TechRadar, o executivo afirmou sem rodeios que o objectivo da empresa passa por fundir o ChromeOS e o Android, criando uma base tecnológica comum. “Vamos combinar o ChromeOS e o Android numa única plataforma”, declarou.
Samat supervisiona áreas tão diversas como smartphones, dispositivos wearable, sistemas de realidade aumentada e virtual, televisores e automóveis — mas as suas mais recentes declarações indicam que os portáteis estão a ganhar nova importância na estratégia da Google. “Estamos atentos à forma como os utilizadores trabalham actualmente com os seus laptops”, adiantou, num sinal de que os Chromebooks poderão vir a beneficiar directamente desta transformação.
Exemplo de um Chromebook, um portátil com sistema operativo ChromeOS
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A ideia de fundir os dois sistemas não é propriamente nova. Em 2024, o Android Authority noticiava que a Google estaria a integrar elementos do ChromeOS no Android, numa tentativa clara de reposicionar-se no mercado dominado pelo iPad. Em Junho passado, a própria empresa confirmou que o ChromeOS passaria a assentar parcialmente na infra-estrutura do Android — reforçando a interoperabilidade entre ambos.
Na prática, essa convergência já está em curso: os Chromebooks já correm apps Android há vários anos e, mais recentemente, o Android introduziu funcionalidades que se alinham com o universo dos portáteis, como o modo desktop, janelas redimensionáveis e suporte nativo para monitores externos.
Do ponto de vista estratégico, a unificação parece inevitável. Criar um ecossistema mais coeso permitirá à Google inovar com maior rapidez e, mais importante ainda, oferecer uma experiência mais competitiva em tablets — uma categoria onde continua a perder terreno para a Apple e o seu iPadOS. Este ecossistema comum facilita, ainda, o desenvolvimento de novas aplicações adaptáveis aos vários formatos de ecrã.
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