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Habitação: “Embora as causas do problema estejam identificadas, [o problema] não se resolve rapidamente”

Inovação, crise, tecnologia. Os temas do momento foram também os temas da convenção da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), um encontro onde estiveram Paulo Caiado, presidente da associação; Pedro Megre, CEO da Unión de Créditos Inmobiliários (UCI); Alfredo Valente, CEO da IAD; Diogo Dantas da Cunha, CEO da Flexty; Filipe Marques, diretor executivo da X-IMO; José Soares, fisiologista e especialista em performance humana; Miguel Morgado, comentador da SIC Notícias; Cláudio Santos, CCO da Doutor Finanças; Francisco Ferreira Lima, CEO da MAX Finance Portugal; Filipa Jales, diretora de produto e parcerias da Xfin; Guto Requena, arquiteto; Marina Gonçalves, ex-ministra da Habitação; António Ramalho, economista e sócio da Taurus; Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI); e Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro. Estas são as principais conclusões.

  • Foi o tema inevitável, mas pouco consensual. António Ramalho diz que “não há uma crise na habitação, que há sim uma crise no acesso à habitação e que agora é maior nos jovens acima dos 35 anos”, isto porque, na opinião do economista, a medida da garantia pública para jovens até 35 anos está a resultar. Pelas suas contas, das 41.358 casas transacionadas no primeiro trimestre do ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 29,9% foram feitas por jovens, das quais 44% foram com garantia pública.
  • Miguel Morgado e Paulo Caiado concordam que a crise é de acesso à habitação, mas para ambos o problema é maior para quem não tem casa porque, diz o presidente da APEMIP, quem já é proprietário tem beneficiado de uma valorização dos seus imóveis.
  • Isto, aliado às baixas taxas de juro, tem estimulado o mercado e, por isso, António Ramalho diz que o primeiro trimestre do ano teve mais notas positivas que negativas, mesmo tendo havido um aumento significativo dos preços.
  • “Quando estimulamos a procura sem ter medidas do lado da oferta acontece o que estamos a ver agora que é o aumento dos preços”, repara Mariana Gonçalves.
  • Mas as 59 mil casas que o atual Governo promete construir durante a legislatura, das quais 26 mil financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), são ainda “insuficientes”, considera Paulo Portas e Manuel Reis Campos. Aliás, segundo Reis Campos era preciso construir 145 mil casas por ano para acabar com os problemas de habitação.
  • Esta falta de oferta não se resolve de um dia para o outro. Ou “num estalar de dedos” como diz Miguel Morgado. “Embora as causas do problema estejam identificadas, [o problema] não se resolve rapidamente”, diz Paulo Portas. Mais ainda quando a construção tem de lidar com burocracias e demasiado tempo de licenciamento, refere Reis Campos.
  • Quanto às rendas, a solução de congelar os valores é que parece estar fora de questão. “Se houver um congelamento das rendas, o mercado de habitação para”, repara Miguel Morgado. E “as cidades começam a decair”, acrescenta Paulo Portas.

Alfredo Valente, Managing Diretor da IAD Portugal e Diogo Dantas da Cunha, CEO da Flexty

Goncalo Villaverde

  • Gato Requena tem uma visão romântica da tecnologia. Acredita que “o futuro pode ser uma união entre a tecnologia e o afeto”, que as duas podem trabalhar em conjunto, como aconteceu em alguns dos projetos que desenvolveu em São Paulo, no Brasil. Um deles, um banco de uma paragem de autocarro que media o batimento cardíaco e o transformava em sons.
  • José Soares também acredita que “a tecnologia não vai substituir a ligação humana”. E Diogo Dantas Cunha entende que a tecnologia vai libertar as pessoas – e neste caso os mediadores imobiliários – das “tarefas rotineiras” deixando-os com mais tempo e disponibilidade para estar na rua e estar cara a cara com as pessoas, a estabelecer relações de confiança.
  • Com a rápida ascensão da tecnologia e da inteligência artificial vem também a responsabilidade da formação e de garantir que o cérebro não fica preguiçoso.
  • “Há um estudo que diz que muitas partes do cérebro ficam prejudicadas. É preciso ter cuidado para os jovens não percam a curiosidade”, remata José Soares.

Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa

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