Um casal norte-americano conseguiu finalmente engravidar depois de quase duas décadas de tentativas falhadas. O que mudou? Uma nova tecnologia de inteligência artificial desenvolvida na Universidade de Columbia, que localiza espermatozoides quase indetetáveis.
Inteligência artificial permite conceção após 18 anos de infertilidade
O homem sofre de azoospermia, uma condição que afeta cerca de 1% dos homens e que se caracteriza pela ausência, ou presença mínima, de espermatozoides no sémen.
Após várias tentativas de fertilização in vitro sem sucesso, a esperança parecia esgotada. Mas tudo mudou graças à tecnologia STAR (Sperm Tracking and Recovery).
Como funciona a tecnologia STAR?
Desenvolvido pelo Columbia University Fertility Center, o sistema STAR recorre a inteligência artificial, robótica e imagem de alta velocidade para detetar e isolar mesmo os menores vestígios de espermatozoides.
Em apenas uma hora, o sistema pode capturar até 8 milhões de imagens, analisadas por algoritmos de IA que identificam, separam e armazenam as células viáveis.
Ao contrário de métodos manuais, que podem levar dias e depender da experiência dos técnicos, a STAR atua com extrema precisão, e sem recorrer a químicos agressivos ou lasers.
Normalmente, uma amostra saudável contém entre 200 a 300 milhões de espermatozoides. Nestes casos, podem existir apenas dois ou três.
Explicou o Dr. Zev Williams, diretor do centro de fertilidade da Columbia, descrevendo o processo como “procurar uma agulha espalhada por mil palheiros”.
Primeira gravidez bem-sucedida com STAR
No caso deste casal, a tecnologia permitiu detetar três espermatozoides viáveis, que foram utilizados com sucesso numa fertilização in vitro.
A mulher está agora grávida, naquela que é a primeira gestação documentada com recurso a esta tecnologia revolucionária.
Levou-me dois dias a acreditar que estava realmente grávida. Ainda hoje acordo e não sei se estou a viver um sonho. Só acredito quando vejo as ecografias.
Confessou a futura mãe à Newsportu.
Num outro caso citado pelo Dr. Williams, uma amostra previamente analisada durante dois dias por técnicos especializados, sem qualquer resultado, foi novamente submetida ao sistema STAR. Em apenas uma hora, a IA encontrou 44 espermatozoides, provando o potencial transformador desta abordagem.
Segundo o centro, a tecnologia STAR representa uma nova esperança para milhares de famílias que lutam contra a infertilidade masculina severa. E, acima de tudo, reforça o impacto crescente da inteligência artificial na medicina reprodutiva.
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