Os imigrantes que já estão em Portugal não estão abrangidos pelas novas medidas para a imigração anunciadas pelo Governo. Reconhecem, contudo, que trazem mais controlo e que vão simplificar a vinda de outros trabalhadores. 

Araci Araújo não esquece os primeiros tempos em Portugal e as dificuldades que surgiram para a legalização. “A gente não quer ficar ilegal aqui, a trabalhar escondidos, escondendo-nos da polícia”, declara. 

Na mesma cozinha de um restaurante na Portagem, em Marvão, Francisco Monteiro, outro imigrante, defende que as novas medidas para a imigração vão fazer uma seleção que considera necessária. 

“Se for um país com portas abertas para todos entrarem, as pessoas não vêm para trabalhar”, afirma.  

A empresária Julieta Garraio considera que esta “via verde” para a imigração, em que é legalizada a presença daqueles que vêm com contratos de trabalho, pode “trazer alguma “agilização” de processos. “Pode ser bom para eles [os imigrantes] e para as empresas”, admite.  

Será possível, por exemplo, obter um visto em 20 dias. “É muito positivo e muito importante”, afirma Senga António Banza, imigrante que já passou pelas dificuldades do processo de legalização.  

A restauração é uma das atividades em Portugal que mais depende da contratação de imigrantes, juntamente com a agricultura, as pescas e a construção civil.