Incêndios em Portugal
O presidente da junta de freguesia de Terena admite que esta tarde “a situação descontrolou-se um bocadinho” na periferia da vila, sobretudo, devido ao vento forte.
PAULO CUNHA
Com o fogo a chegar perto das casas em Terena, no concelho de Alandroal, distrito de Évora, os habitantes tentam apagar as chamas como podem, enquanto a GNR retira, por precaução, pessoas das suas casas.
De máscara na cara, a presidente da junta de freguesia de Terena, Joselina Paiva, admite à agência Lusa que, esta tarde, “a situação descontrolou-se um bocadinho” na periferia desta vila, sobretudo, devido ao vento forte.
“O fogo já chegou perto das casas e de arrecadações que as pessoas aqui têm”, realça, precisando que as habitações que estiveram em perigo situam-se junto à estrada que liga a vila de Terena à aldeia de Hortinhas.
Apesar da aflição, frisa, a autarca diz não ter informação de nenhuma casa destruída pelas chamas.
Joselina Paiva conta que muitos populares tentaram com mangueiras ajudar os bombeiros.
Com o incêndio por perto, segundo a presidente da junta, militares da GNR procuraram pessoas dentro de algumas casas e retiraram alguns moradores, por precaução, sem saber precisar quantos.
Três frentes ativas e reforço de meios para a noite
O incêndio mantém três frentes ativas e está previsto o reforço de meios para apoiar as operações de combate durante a noite, revelou a Proteção Civil.
“Estamos a potenciar o reforço de meios para a noite para apoiar as operações de combate”, afirmou o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Bruno Borges, em declarações à agência Lusa.
Por volta das 19:00, segundo o responsável, o fogo tinha três frentes ativas.
Uma das frentes ativas, junto à vila de Alandroal, “está a ceder aos meios no terreno”, revelou, referindo que uma outra, na zona de Juromenha, vai ter um reforço de meios “visto que o incêndio está com alguma continuidade”.
Bruno Borges assinalou que a ANEPC já está a fazer o levantamento dos danos provocados pelo fogo.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, disse que “um dos maiores problemas” deste incêndio está agora na área entre as povoações de Terena e de Hortinhas.
“Em Terena, os bombeiros conseguiram segurar o fogo nas traseiras de uma das ruas”, realçou.
Durante a tarde, relatou o autarca, foi necessário evacuar uma fábrica situada perto de Alandroal, mas os bombeiros conseguiram evitar que o fogo chegasse à zona da unidade fabril.
Às 19:00, indicou à Lusa uma fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Central, o combate mobilizava 296 operacionais, apoiados por 96 veículos e oito meios aéreos.
O alerta para o incêndio, que lavra numa zona de mato, no concelho de Alandroal, foi dado às 09:22.
Motorista do camião constituído arguido
Fonte da GNR revelou à Lusa esta tarde que o motorista do camião suspeito de provocar o fogo foi identificado e constituído arguido pela Guarda.
A fonte do Comando Territorial de Évora da GNR indicou que o homem, que conduzia um pesado de mercadorias que transportava madeira, foi constituído arguido pelo crime de incêndio florestal e o caso foi comunicado ao Ministério Público.
Segundo a mesma fonte, uma peça metálica de uma das cintas do semirreboque do camião, usada para prender a madeira transportada, soltou-se e, ao bater no chão, provocou faíscas, o que terá ateado vários focos de incêndio no concelho.
Esta manhã, o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, tinha revelado à Lusa que o fogo teria tido origem no pneu de um camião, que se tinha incendiado, lançando focos de incêndio ao longo da Estrada Nacional 255 (EN255), que liga Alandroal a Reguengos de Monsaraz.
Devido ao incêndio, a circulação rodoviária foi cortada nos troços da EN255 entre Alandroal e a vila de Terena e da Estrada Nacional 373 (EN373) entre a sede de concelho e Juromenha, entre outros caminhos municipais.
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