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Espaços com pinheiros e eucaliptos estão a ser substituídos por olivais. Durante cinco anos, a autarquia assegura a limpeza dos terrenos privados, mas os proprietários não ficam livres de responsabilidade no futuro.
O concelho do Fundão está a reconverter parte da floresta em áreas agrícolas. O objetivo é proteger as zonas com elevado risco de incêndio, como é o caso da aldeia de Ladeira.
A paisagem florestal está a ser reconvertida em áreas agrícolas para proteger as aldeias com alto risco de incêndio, no âmbito do programa “Condomínio de Aldeia”. A limpeza do mato, que cresce desordenado à volta das jovens oliveiras plantadas em fevereiro, é tarefa essencial para dar espaço ao crescimento destas árvores. Vieram substituir pinheiros e eucaliptos, numa faixa de 100 metros à volta de Ladeira, localidade do concelho do Fundão. Esta é a primeira aldeia a receber o projeto“Condomínio de Aldeia” e não é por acaso.
“É uma aldeia que está isolada, em ambiente florestal, rodeada de pinheiro-bravo e eucalipto por todo o espaço”, explica Paulo Barrocas, técnico agro–florestal.
Quando há incêndio, meios tardam em chegar
Quando há um incêndio aqui, “os meios tardam em chegar”. “A corporação de bombeiros mais próxima é Silvares, dista cerca de 30 quilómetros, e nós temos de tomar estas medidas de precaução e prevenção, para que um incêndio não se torne tão violento e não chegue com tanta violência junto das populações”, aponta.
A transformação da paisagem estende-se por cinco hectares. Parte da floresta em terrenos privados deu lugar a áreas agrícolas.
“Estamos a fazer aqui um mosaico florestal que também pode trazer algum rendimento à população”, refere Pedro Figueiredo, vereador da Câmara Municipal do Fundão.
Moradores não estão convencidos e terão responsabilidades futuras
A intenção é boa, mas parece não convencer os poucos habitantes da aldeia envelhecida. Maria da Glória Ivo, nascida e criada na Ladeira, duvida da eficácia da medida,
“Acho que não vai resultar nada”, afirma a moradora.
“Vamos ter de incutir [nos moradores] a ideia de que esta transformação é necessária”, defende Paulo Barrocas.
“Estamos a precaver a possível existência de prejuízo em vidas humanas, com a chegada dos incêndios junto das habitações.”
Durante cinco anos, a autarquia assegura a limpeza dos terrenos dos privados, mas os proprietários não ficam livres de responsabilidade.
“A ideia é que, no futuro, os próprios proprietários também se possam apropriar do espaço que é seu, fazendo, em conjunto com a autarquia, a limpeza”, dizo vereador Pedro Figueiredo.
No âmbito do programa “Condomínio de Aldeia”, foi também criado um ecoponto florestal para acolher resíduos da floresta e será instalado um reservatório de água para abastecimento dos veículos de combate a incêndio.No concelho do Fundão, o projeto vai abranger mais 15 aldeias.
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