Israel ordenou esta terça-feira, 8 de Abril, o encerramento de seis escolas primárias da UNRWA (agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos) em Jerusalém Oriental, depois de nelas entrarem com recurso à força, anunciou o porta-voz da agência, Roland Friedrich.

“As escolas da UNRWA em Jerusalém Oriental estão ameaçadas de encerramento, já que seis receberam ordens de fecho, entregues por funcionários do Ministério da Educação [israelita], que nelas entraram à força, acompanhados por polícias. Estas escolas recebem diariamente 800 alunos que não têm alternativas para exercer o seu direito à educação”, salientou Friedrich, em comunicado.

Em 30 de Janeiro deste ano entraram em vigor duas leis israelitas que proíbem as operações da UNRWA em território que Israel reclama como seu — portanto, em território palestiniano ocupado, como Jerusalém Oriental —, bem como qualquer cooperação governamental com a agência da ONU.

O director da UNRWA, Philippe Lazzarini, já denunciou como “ilegais” as ordens de encerramento que dão às escolas da agência 30 dias para fechar portas. “Cerca de 800 crianças serão directamente afectadas por estas ordens de fecho e, provavelmente, não conseguirão terminar o ano lectivo.”

Nas redes sociais, Lazzarini escreveu que “as escolas da UNRWA estão protegidas pelos privilégios e imunidades das Nações Unidas. As entradas não autorizadas e a emissão de ordens de encerramento são uma violação destas protecções e representam uma revogação das obrigações de Israel respeitantes ao Direito Internacional”.

Já em 18 de Fevereiro, forças israelitas ordenaram a evacuação imediata do centro de formação profissional da UNRWA no campo de refugiados de Qalandia, na Cisjordânia, que, não obstante, continua a funcionar, com mais de 300 estudantes.

Desde 1949 que a Assembleia Geral da ONU renova, todos os triénios, o mandato da UNRWA, mediante o qual esta presta serviços educativos e de saúde cruciais aos refugiados palestinianos e seus descendentes, num total de cinco milhões de pessoas, nos territórios palestinianos ocupados, Jordânia, Líbano e Síria.