Vindo de duas derrotas consecutivas, contra Farense (casa) e
Arouca (fora), ambas por 1-0, o Estrela da Amadora terá pela frente mais um
teste complicado na luta pela permanência na Liga Betclic, recebendo amanhã o FC
Porto no Estádio José Gomes, na Reboleira, em encontro relativo à 31ª jornada. Apesar
de ter somente dois pontos de vantagem, a quatro rondas do fim, sobre o AVS SAD
– que joga na Luz com o Benfica –, José Faria deixa claro que a
equipa está tranquila e explica que não existe qualquer pressão.

“Todos os dias ligo a televisão, vejo o estado do país e do
Mundo, e depois agradeço por ser um felizardo, por poder fazer aquilo que mais
gosto e é essa a mensagem que se passa para os jogadores. Não pode haver pressão. Pressão
de quê? Pressão tem as pessoas na Ucrânia, na Rússia, ou as famílias que são despejadas
e não têm casas para habitar, que têm contas para pagar. Nós somos uns
felizardos, por isso não pode existir pressão aqui. Quem tem pressão não pode
estar aqui neste patamar”, considerou o treinador dos tricolores, de 38 anos,
na conferência de imprensa de antevisão à partida.

Sobre o momento dos azuis e brancos, marcado por uma semana
conturbada, o técnico desvaloriza. “Se por um lado podemos achar que estão fragilizados,
por outro lado, quem está nos grupos de trabalho, tem sempre um sentimento de
camaradagem, de revolta, de vontade de dar uma imagem diferente. Por isso é
sempre muito subjetivo. Jogar contra o FC Porto, seja em que fase do campeonato
for, seja em 1º lugar ou mais abaixo na tabela, com vários jogos a ganhar ou a
perder, nunca é fácil. É um FC Porto que tem vindo a evoluir consideravelmente
do ponto de vista das ideias do novo treinador, notam-se coisas muito mais sólidas,
por isso esperamos um jogo de máxima dificuldade”, explicou.

Amanhã, o Estrela não poderá com pelo menos três habituais
titulares: o central e capitão Miguel Lopes, o ala esquerdo Nilton Varela e o
extremo Fábio Ronaldo, todos a contas com problemas físicos nas últimas semanas.
No entanto, não há desculpas e Faria garante que irá à ‘guerra’ com os soldados
que tem à disposição. “Obviamente que queremos ter sempre todos os jogadores
disponíveis. Não contamos com o Nilton nem com o Fábio, o Miguel ainda está a
voltar, integrou só esta semana os trabalhos e não está disponível.
Além de outro jogador que não vai poder dar o seu contributo”,
lamentou.

“Não é agora que vamos começar a arranjar justificações por não
jogar este ou por ter saído outro. São os que tivermos. Na Madeira não tivemos vários
jogadores, houve todas aquelas incidências e não foi por isso que não deixámos
de ser competentes e de conseguir um bom resultado”, sublinhou, rematando: “É
ter cabeça fria e coração quente, como diz o Abel. Sinto a equipa muito bem
preparada e os jogos mais fáceis do ponto de vista da motivação são estes, porque
todos querem jogar. Estamos numa fase crítica da época e faltam quatro finais. As finais são para ganhar e é o que vamos tentar fazer.”