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Em 2026, a banda Jota Quest completa 30 anos do lançamento de seu primeiro álbum, Independente. “São os mesmos cinco cavaleiros do apocalipse desde o começo”, brinca Rogério Flausino, vocalista do grupo, ao falar sobre a longevidade da banda mineira. Em turnê internacional, o Jota Quest sobe ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, nesta sexta-feira (18), para um espetáculo que celebra não só as três décadas de carreira, mas, também, o mais recente álbum, De Volta ao Novo, lançado em 2024.
A apresentação marca um momento simbólico para o Jota Quest: é a primeira vez que tocam no emblemático Coliseu de Lisboa, uma casa que Flausino descreve como “muito especial”. “A gente já tocou em vários lugares em Portugal, mas o Coliseu era um sonho antigo. Quando vi esse lugar pela primeira vez, lá em 2004, pensei: um dia a gente tem que tocar aqui”, afirma.
A banda, lançada em Belo Horizonte no início dos anos 1990, se mantém com a mesma formação desde o primeiro disco gravado pela Sony, em 1996. Um feito raro numa indústria onde bandas têm se tornado cada vez mais escassas nas paradas de sucesso. “Hoje em dia, as pessoas produzem música sozinhas, num quarto, com um computador. A tecnologia permite isso”, reflete Flausino. “Nos anos de 1990, tudo girava em torno da ideia de montar uma banda. Era coisa de garagem, de amigos do bairro”, lembra.
Mesmo com a ascensão de artistas solo e duplas no Brasil — formatos dominantes nos rankings atuais —, o vocalista acredita que a experiência de uma banda ao vivo continua incomparável. “Tem uma força coletiva ali. São cinco pessoas colocando energia num som que vem de dentro. É diferente de um artista solo com músicos contratados”, ressalta.
Novo álbum, velhas raízes
Lançado em dois volumes, o disco De Volta ao Novo reúne composições que atravessam a longa trajetória da banda. Parte das músicas foi criada antes da pandemia do novo coronavírus e lançada como singles. “A gente cansou de esperar a pandemia passar e, depois, retomou com tudo”, explica Flausino. Entre as faixas, destaca-se O Amor é Mágico, uma versão em português do Brasil do sucesso homônimo da dupla portuguesa Expensive Soul, lançada, originalmente, em 2010. A canção conta com a participação do rapper mineiro FBC.
“Sou doido com essa música faz tempo. Convidei os caras do Expensive Soul para participarem do show em Lisboa, mas eles também estão em turnê de 25 anos, então, não deu certo dessa vez”, conta. O disco ainda traz colaborações com nomes como Sérgio Britto, Lucas Silveira (Fresno) e os argentinos Emmanuel Horvilleur e Dante Spinetta, da dupla Illya Kuryaki and the Valderramas.
Maturidade em palco
O concerto em Lisboa terá como base o espetáculo da turnê de 25 anos, mas com espaço reservado para as novas faixas. A banda promete uma noite que mistura nostalgia e renovação. “A parte visual vem da turnê dos 25 anos, mas o setlist inclui várias músicas do novo disco. Vai ser uma fusão”, antecipa o cantor.
Depois de um verão no Brasil, com apresentações para dezenas de milhares de pessoas — como o concerto em janeiro no Paraná, que reuniu mais de 90 mil espectadores e foi transmitido ao vivo —, Flausino destaca o quanto a banda amadureceu ao longo dos anos. “Hoje, a gente toca melhor, entende mais de som, de luz, da direção de um show. A gente se sente mais preparado e com mais domínio daquilo que faz”, assinala.
Com mais de cinco milhões de discos vendidos e mais de um bilhão de execuções em plataformas digitais, o Jota Quest continua relevante e ativo. “A gente está sempre lançando coisas, fazendo turnês. Essa nossa insistência é o que mantém a gente presente na vida das pessoas”, diz.
Trinta anos depois, a mesma paixão
Aos 50 anos, Flausino fala com entusiasmo sobre a nova fase da banda e reconhece os desafios da estrada. “É muita dedicação, ainda mais agora, com família, filhos, pais para cuidar. Mas a banda é uma parte muito importante da minha vida. Me faz bem. Então, a gente se reinventa para continuar fazendo isso”, sublinha.
Após o espetáculo no Coliseu dos Recreios, o Jota Quest segue para Dublin, no sábado, e para Londres, no domingo, levando o som de Minas para os palcos europeus — com alma de banda grande e coração de garagem.
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