O presidente da Confederação do Comércio (CCP), João Vieira Lopes, admite que se arrependeu de ter assinado o acordo de concertação social e critica o Governo da AD, que esperava que fosse “mais preocupado” com as empresas.
Em entrevista ao programa ‘Conversa Capital’, da Antena 1 e “Jornal de Negócios”, João Vieira Lopes explica que o acordo de concertação social não está a ser cumprido e que apesar das dúvidas subscreveu o acordo, em outubro, porque tinha pontos positivos. “Um acordo como este não volto a assinar”, diz agora o líder da CCP, perentório, apontando para a assinatura do acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico para o período 2025-2028.
O presidente da Confederação do Comércio confessa que tinha “duas grandes expectativas” em relação ao Executivo de Luís Montenegro, que não foram correspondidas. Primeiro, lamenta que o Governo do PSD e do CDS tenha prometido em campanha um “choque fiscal”, que está longe de ser alcançado também devido a “limitações” no quadro parlamentar, e, por outro lado, esperava que o Executivo fosse “mais preocupado” com as empresas.
“Esperava que não tivesse uma posição de distância em relação às empresas. Têm sido apresentados os planos de 30 medidas, planos de 60 medidas, diversos planos, mas em termos de ação está muito longe de haver aqui uma grande concretização”, acusa.
Quanto à revisão da legislação laboral, frisa que o Executivo apresentou 14 pontos para a negociação, estando prevista a criação de grupos de trabalho, mas “está tudo ainda muito embrionário”. “O ritmo é um bocado paquidérmico”, atira.
João Vieira Lopes adianta ainda que espera em breve feedback do Executivo quanto à proposta das confederações de patrões sobre o novo modelo de vistos para os imigrantes, essenciais para sectores como a restauração e o turismo.
“O Governo ficou de nos apresentar, proximamente, provavelmente até ao fim do mês, uma espécie de revisão daquela sua proposta inicial. E é basicamente a situação, é uma questão que tem que ser encarada de frente. E, portanto, face àquilo que o Governo nos apresentou e em relação ao qual nós tencionamos trabalhar, o objetivo é tentar introduzir alguma regulação e equilíbrio”, completou.
Vieira Lopes aponta ainda o dedo a sectores à esquerda que olham para os imigrantes como o “bom selvagem” e à direita que veem nos trabalhadores estrangeiros um “perigo para a segurança”. “Estas duas perspetivas parecem-nos completamente erradas”, critica ainda.
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