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A adjudicação do segundo troço da linha ferroviária de alta velocidade está a dar problemas. É que a única proposta no concurso não corresponde ao projeto da Infraestruturas de Portugal e o júri do concurso não a aceita.
As obras revelam que na estação de Coimbra B há mudanças profundas previstas. Entre elas a paragem do comboio de alta velocidade.
Foi isso que o Governo e Infraestruturas de Portugal (IP) decidiram levar a concurso, mas não foi a solução avançada pela única proposta para construir o troço Oiã-Soure.
O consórcio LusoLav quer a estação em Taveiro, a cerca de oito quilómetros de Coimbra.
“Ficámos profundamente surpreendidos que se tenha apresentado uma proposta que não preenchia o caderno de encargos e que não ia ao encontro das necessidades da região. Não podemos aceitar essa subversão de tudo o que tinha vindo a ser estudado… é inaceitável”, disse à SIC o autarca de Coimbra, José Manuel Silva.
Para a autarquia, a proposta do consórcio que integra a Mota-Engil interfere com as ligações ferroviárias regionais e até com o metrobus. E tudo em troca de uma poupança de 500 milhões de euros.
“É uma poupança no momento com prejuízos incalculáveis no futuro e maiores despesas. Este projeto vai ser chumbado inevitavelmente, há aqui qualquer coisa estranha no meio disto”, acrescenta o autarca.
O valor a concurso do troço Oiã-Soure foi de 1,6 mil milhões de euros. O que, segundo a autarquia de Coimbra, foi considerado insuficiente pelo consórcio, ao qual, por ser o único concorrente, já foi adjudicada a concessão da parceria público-privada entre Porto e Oiã.
Certo é que o júri, como revelou o Jornal de Negócios, recusou a proposta da segunda PPP, e aguarda-se o relatório final.
À SIC o consórcio LusoLav não quis avançar com explicações sobre o processo.
Também a Infraestruturas de Portugal e o Governo não revelam, para já, qual a via que irão tomar para resolver o problema.
“É um concurso que cabe à IP, que estamos a monitorar, que estamos preocupados. Concursos públicos sem nenhum ou com um único concorrente é preocupante”, disse o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
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