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Na principal discussão política da visita de Estado do presidente Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil, o alvo do debate foi a forma como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está governando desde que assumiu, em janeiro deste ano.
Segundo Marcelo, os dois presidentes estiveram em sintonia na avaliação internacional. “Tem uma causa internacional em que é estivemos de acordo praticamente total. É que o mundo como nós o conhecemos, mudou. Começou a mudar em 2016 e agora mudou há 1 mês e meio claramente”, afirmou.
Em coletiva, no final do encontro, o presidente português descreveu as mudanças no cenário internacional “Mudou nisto de haver um país no mundo que entende que pode ter poder para falar sobre a soberania de outros Estados. Inclusive, que um Estado vizinho deve sacrificar a sua soberania em favor do próprio Estado. E interferir na política interna e em processos eleitorais desses Estados, com intervenções que põem em causa o princípio da soberania dos Estados”, referiu.
Sobre as relações econômicas entre os dois países, a discussão foi a respeito de áreas em que podem promover a cooperação. “O passado é um grande trunfo, pois temos em comum a língua, a história, a cultura, mas temos de estar virados para o futuro. Podemos colaborar em novos setores como a alta tecnologia, o digital e as mudanças energéticas”, disse o presidente português. Outro tema foi a presença dos imigrantes brasileiros em Portugal e os problemas que enfrentam para regularizar a sua situação.
Na parte da tarde, Marcelo visitou o Senado, onde foi recebido pelo vice-presidente Eduardo Gomes, e a Câmara dos Deputados, tendo se reunido com o presidente da casa, Hugo Motta. Seguiu depois para o Supremo Tribunal Federal, para encontro com cinco dos ministros.
Camões para Adélia Prado
No começo da noite, com uma hora de atraso, foi feita a entrega do Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, no valor de 50 mil euros (300 mil reais) à poetisa Adélia Prado. O prêmio, cujo valor é pago por Brasil e Portugal, foi recebido pelo filho dela, Eugênio Prado.
A cerimônia contou com a presença de onze ministros portugueses – que se encontram em Portugal para a XIV Cimeira Luso-Brasileira, que se realiza esta quarta-feira (19/2).
No seu discurso, Lula procurou enfatizar a atualidade dos poemas da escritora: “Em tempos de crises econômicas, catástrofes climáticas, guerras e pandemias, não resistir ao desalento é um ato de resistência. Adélia nos inspira a fazer política como ela faz poesia. As pessoas estão no cerne de sua escrita, assim como deveriam estar no centro de qualquer ação do governo”, discursou.
Marcelo referiu-se aos poemas de Adélia Prado como “um retrato único da simbiose que é essa potência mundial chamada Brasil.” Ele chamou a atenção para a formação católica da poetisa. “Ela retrata o humanismo cristão, com uma poética de interrogação, mas de esperança”, afirmou. E concluiu: “Adélia viu a miséria do mundo, mas afirmou a esperança num mundo melhor. Ela foi uma profetiza do futuro”.
O repórter viajou a convite da APEX.
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