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A Ilha da Madeira quer atrair turistas e investidores brasileiros. Segundo a diretora executiva da Invest Madeira, Ana Filipa Ferreira, há um espaço enorme para incrementar o número de visitantes oriundos do Brasil — foram apenas 9.628 em 2024, de quase 6 milhões — e incentivos fiscais para atrair empresas que desejem se instalar na região para produzir e exportar. Um dos desejos da Madeira, para estreitar os laços com os brasileiros, é ter um voo direto ligando a ilha ao outro lado do Atlântico. Brasília já demonstrou interesse nessa rota, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

“Temos muito interesse que turistas brasileiros venham conhecer a Madeira e que empresas brasileiras se instalem na região”, diz Filipa. Do ponto de vista de oportunidades de investimentos, ela ressalta que a ilha tem uma Zona Franca, o Centro Internacional de Negócios, em que o imposto cobrado das empresas é de apenas 5%. “Mas, para ter acesso a esse benefício fiscal, é preciso exportar a produção para fora de Portugal. As mercadorias que forem comercializadas na ilha e em Portugal continental serão tributadas em 14,7%, uma taxa menor que os 21% de impostos cobrados normalmente”, explica.

Ela acredita que as empresas brasileiras podem transformar a Madeira em uma efetiva porta de entrada para o mercado europeu, com quase 500 milhões de consumidores. “Estamos muito entusiasmados em atrair investimentos brasileiros”, assinala. Segundo a executiva, além das vantagens fiscais, a Madeira oferece boa infraestrutura para os negócios, está mais perto do Brasil — os voos diretos durariam entre cinco e seis horas — e o clima é muito favorável, com a temperatura média no inverno oscilando entre 17º e 18º graus.

Destino solar

Como região autônoma, a Madeira pode definir suas próprias políticas de atração de investimentos e negociar com empresas aéreas possíveis rotas ligando a ilha ao Brasil. “Temos, por exemplo, um voo semanal para a Venezuela (onde há uma grande comunidade portuguesa) e linhas diretas para os Estados Unidos e a Europa, de onde sai a maioria dos turistas”, detalha Filipa. Ela lembra que a Madeira tem sido eleita como melhor destino insular do mundo por anos consecutivos pelo World Travel Awards.

Atualmente, três empresas fazem a ligação entre Brasil e Portugal: TAP, Latam e Azul. Somente a companhia portuguesa transportou, no ano passado, mais de 2 milhões de passageiros dos dois lados do Atlântico. Uma das principais limitações para a adoção de novas rotas é a falta de aviões disponíveis no mercado. As fabricantes não estão dando conta de atender a demanda. Para garantir as rotas entre Brasil e Portugal, a Azul fechou parceria com a portuguesa EuroAtlantic, que tem uma frota de seis aeronaves.

No propósito de aproximação com o Brasil, a Invest Madeira receberá, entre os dias 20 e 21 de fevereiro, uma comitiva de parlamentares, empresários e investidores de Brasília. “É uma retribuição à visita que fizemos a Brasília em 2023. Teremos rodadas de conversas sobre oportunidades na Madeira, com trocas de informações dos dois lados. Estamos, inclusive, envolvendo a Universidade da Madeira”, afirma a executiva. Antes de embarcar para o Funchal, capital da ilha, a mesma comitiva terá compromissos em Lisboa, também no sentido de aproximação na área cultural e de negócios.