O diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, é perentório: não acredita que as tarifas aduaneiras tenham um grande efeito nos preços pagos pelos consumidores norte-americanos. Foi isso mesmo que afirmou este domingo, em entrevista à ABC News, quando questionado sobre o impacto das tarifas globais impostas pela Administração Trump à maioria dos seus parceiros comerciais, tendo refutado a ideia de que irá custar um aumento da inflação nos Estados Unidos.

“Os países estão zangados e a retaliar – e também, já agora, a sentarem-se à mesa das negociações. Recebi na noite passada, do representante para o Comércio dos EUA [Jamieson Greer], a informação de que mais de 50 países contactaram o Presidente Donald Trump para iniciarem negociações. Mas estão a fazê-lo porque compreendem que irão ter um grande encargo com as tarifas. Por isso, não acredito que vejamos um grande efeito sobre os consumidores norte-americanos, porque não creio que o motivo pelo qual temos um défice comercial persistente se deva ao facto de estas pessoas terem uma oferta muito inelástica”, afirmou Hassett.

Recorde-se que Donald Trump anunciou a 2 de abril tarifas alfandegárias recíprocas sobre praticamente todos os seus parceiros comerciais, numa ação a que chamou “dia da libertação”. O chefe da Casa Branca anunciou uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações, que entrou em vigor neste sábado, 5 de abril, bem como tarifas mais elevadas sobre alguns países – que começam a vigorar a partir de 9 de abril.

A decisão foi recebida com uma forte queda das bolsas, devido aos receios de uma guerra comercial global, tendo já alguns países anunciado também tarifas retaliatórias.

Os congressistas democratas, bem como os críticos da política económica de Trump, já fizeram soar os alarmes de uma potencial recessão nos Estados Unidos e advertiram para os efeitos adversos da relação de Washington com os seus aliados.