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Merz, o político que não tem medo de provocar reacções | Alemanha

Dizem que Friedrich Merz se revela em confrontos a dois – e que é o homem certo, também por isso, para um tempo em que do outro lado do Atlântico está uma pessoa como Donald Trump.

Dizem também que é impulsivo – e talvez por isso possa não ser o homem certo para quando, na Casa Branca, está Donald Trump.

No debate recente com outros três candidatos – o chanceler, Olaf Scholz, o vice-chanceler, Robert Habeck, e a líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, Merz brilhou quando fez uma defesa apaixonada da Ucrânia e do apoio que o país merece da parte da Alemanha, dado que foi Vladimir Putin o responsável pela guerra e o que se passa no país é indizível.

No debate anterior tinha-se mostrado por vezes escarninho, uma característica que não tornará o candidato de 69 anos, o mais velho na corrida, tão simpático aos olhos do eleitorado, e que parece ter vindo a tentar suavizar.

Ainda assim, tem acumulado algumas frases que lhe têm valido críticas: por exemplo, que o eleitorado feminino preferia o líder dos Verdes, Robert Habeck, por este ser bem-parecido. Ou que não considera quotas para o seu governo porque não quer “fazer nenhum favor” a mulheres.

Merz representa uma CDU que fez uma ruptura com o legado de Angela Merkel, uma política que permitiu ao partido estar no poder 16 anos, movendo-o para o centro. A animosidade entre Merkel e Merz é antiga, e Merz acabou por perder na relação de forças com Merkel, ditando o seu afastamento da política.

Antes disso, ficou conhecido pela proposta de reformar – e simplificar – o complicado sistema fiscal da Alemanha, escrevendo um exemplo de cálculo de imposto sobre rendimento num pousa-copos de cerveja – o pousa-copos foi aliás um dos protagonistas do debate desta campanha entre quatro candidatos, tendo sido emprestado por um museu (o jornalista que moderou o debate deixou-o cair, tendo de vir assegurar que a peça não tinha sofrido danos).

Depois da saída de Angela Merkel da chefia da CDU, Friedrich Merz só foi escolhido à terceira vez que concorreu, tendo perdido as corridas contra Annegret Kramp-Karrenbauer (que se afastou por o partido não ter seguido uma linha de não votar em conjunto com a AfD num estado federado) e Armin Laschet, um centrista com trabalho de entendimento com os Verdes, o que nas eleições passadas era considerado uma vantagem já que o partido seria certamente essencial para uma coligação (algo que ainda pode acontecer nestas eleições, mas é menos provável, segundo as sondagens).

Depois de sair da política, Merz, que é do pequeno estado federado do Sarre, fez fortuna noutros cargos, incluindo como consultor da Black Rock. Tem não um, mas dois aviões privados; um aparentemente para uso próprio, outro para uma empresa a cujo conselho de administração pertenceu.

O uso do jacto privado de Merz – que deverá fazer dele o primeiro chanceler com brevet de piloto – foi analisado pelo jornal Die Tageszeitung (TAZ): o avião fez 160 voos desde 2022, ou seja, uma vez a cada poucos dias, voando um total de 50 mil quilómetros e emitindo mais de 23 toneladas de dióxido de carbono (uma casa com um rendimento mensal de 10 mil euros, que sendo alto terá mais emissões de Co2, emitiria em média, por pessoa, metade do avião em mobilidade, diz o jornal).

Questionada sobre se Merz teria o que é preciso para ser chanceler, Merkel respondeu, numa entrevista à revista Der Spiegel, que ele teria de o provar na campanha, mas perante a insistência na pergunta, acabou por dizer que “ninguém chega a candidato a chanceler sem ter algum tipo de qualidade”.

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