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NOTÍCIA SIC
Os dois médicos, que a ministra chamou para se sentarem à mesa, denunciaram em 2022 o que consideravam ser más práticas médicas dentro do hospital. Um deles era, na altura, diretor do serviço de cirurgia geral.
A ministra da Saúde chamou esta sexta-feira os dois cirurgiões gerais do hospital Amadora-Sintra que terão denunciado más práticas na unidade hospitalar, com quem, desde então, outros médicos se recusam a trabalhar.
A reunião aconteceu no mesmo dia em que se soube que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde considera que o perito que analisou e desvalorizou a existência de más práticas clínicas foi imparcial.
A meio da tarde, a ministra estava reunida com os dois cirurgiões do Amadora-Sintra e, à SIC, o Ministério continuava a negar a existência do encontro, que foi longo e só acabaria por volta das sete da tarde. Foram três horas de reunião.
Os dois médicos, que a ministra chamou para se sentarem à mesa, denunciaram em 2022 o que consideravam ser más práticas médicas dentro do hospital. Um deles era, na altura, diretor do serviço de cirurgia geral.
A Ordem dos Médicos analisou as denúncias e, num dos casos, admitiu ter existido “má opção cirúrgica”, mas afastou as suspeitas de más práticas clínicas.
O processo acabaria por se virar contra os próprios denunciantes, que acabaram alvo de um processo disciplinar por acesso indevido aos processos clínicos dos doentes. Foram suspensos por 90 dias.
Mas a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, que também analisou o caso, acusa o perito da Ordem dos Médicos de imparcialidade nula, pois não se limitou a analisar a questão clínica e assumiu que a denúncia era uma forma de “bullying” com os restantes médicos.
O relatório diz ainda que não entende porque razão não foram ouvidos os doentes e questiona que documentação clínica terá sido “fornecida ou consultada pelo perito”.
São já duas as administrações que passaram pelo Amadora-Sintra sem conseguir pôr ordem no serviço de cirurgia geral, onde vários médicos recusam trabalhar com os cirurgiões que denunciaram as alegadas más práticas.
A atual administração demitiu-se há dias, e a ministra da Saúde decidiu intervir diretamente ao chamar os dois médicos ao Ministério, que temiam que a reunião fosse uma tentativa de os afastar do hospital.
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