Vilacondenses desperdiçaram vantagem de três golos; reviravolta insular bateu na trave
Marcar e decidir cedo, devia dar tranquilidade e ser suficiente para ganhar. No entanto, a lógica não imperou no Nacional-Rio Ave, equipas que protagonizaram um dos melhores jogos da Liga 2024/25.
Foi um hino ao futebol como raras vezes se vê em Portugal.
O resultado (3-3) deixa os vilacondenses com um sabor agridoce, visto que ao intervalo venciam por três golos de diferença. Mas os insulares mereceram a recuperação e o ponto amealhado pelo coração que tiveram.
Clap, clap.
Os jogadores merecem o aplauso pela ousadia, pelo rasgo e pela coragem exibidas – o facto de ambas terem a permanência assegurada ajudou ao espetáculo, naturalmente.
O Rio Ave teve uma entrada de sonho e aos três minutos já vencia graças a um golo de Tiknaz na sequência de um lance de bola parada. O Nacional tentou, por seu turno, responder de pronto, mas Tagueu não teve a eficácia do médio turco (10’).
Em ritmo de passeio e alheio à apatia contrária, os vilacondenses dobraram a diferença no marcador por Bakoulas, após um corte feito por Léo Santos para zona proibida (28’). O 0-2 deixou os madeirenses perdidos, sem fio de jogo, enfim, quase de braços caídos.
Com o Nacional ferido, o Rio Ave revelou-se insaciável e Tiknaz bisou antes do intervalo (43’). Com níveis de eficácia tremendos, os rioavistas pareciam ter o jogo resolvido ao intervalo.
Margarido promoveu três trocas no arranque da segunda parte para agitar a equipa. E não foi, de resto, preciso esperar muito para o Nacional reduzir com André Sousa a marcar aos 27 segundos (!). O golo teve o condão de ajudar os madeirenses a reencontrarem-se. Rio Ave encolheu-se ligeiramente, colocou-se à mercê do oponente que cresceu e por pouco não voltou a sofrer – Luís Esteves disparou ligeiramente ao lado (55’).
Os vilacondenses apenas voltaram a assustar Lucas França na reta final com um golo anulado a Graça (79′) e com Clayton a queixar-se de penálti (84′). Aos 89′ nem o mais otimista adepto dos alvinegros imaginava o que se seguiria. Depois de Paulinho Bóia ter falhado na cara de Miszta, Léo Santos foi ao ataque mostrar como se faz e relançou a partida para o período de descontos. E volvidos quatro minutos (90+4’), um autogolo de Kostoulas fez soltar a festa na Madeira e esta só não foi maior porque a reviravolta tentada por Bóia bateu na trave. Jogaço!
O melhor em campo: Tiknaz (7)
O médio turco encheu o campo na primeira parte e deu um recital de bom futebol. O único aspeto negativo da exibição do jogador foi o excesso de faltas que cometeu, o que o deixou condicionado cedo e motivou a substituição ao intervalo. No entanto, quando saiu, já Tiknaz tinha feito dois golos. Houve um Rio Ave antes e depois da sua saída.
A figura do Nacional: Luís Esteves (6)
Lançado ao intervalo, o médio revolucionou o jogo ofensivo dos insulares juntamente com Macedo e André Sousa. Colocou discernimento, inteligência e qualidade ao serviço do coletivo, indicando os caminhos por onde atacar. Ficou perto de um golaço de fora da área e forçou o autogolo de Kostoulas que resultou no 3-3 final.
As notas dos jogadores do Nacional: Lucas França (4), João Aurélio (5), Léo Santos (5), Zé Vítor (4), Appiah (5), Soumaré (4), Labidi (4), Penha (4), Yamada (4), Tagueu (5), Paulinho Bóia (5), Luís Esteves (6), André Sousa (6), Rúben Macedo (6), Matheus Dias (5), Tomich (5).
As notas dos jogadores do Rio Ave: Miszta (4), João Tomé (5), Panzo (5), Kostoulas (4), João Pedro (4), Tiknaz (7), Martim Neto (6), Bakoulas (6), André Luiz (5), Clayton (5), Kiko Bondoso (5), João Graça (5), Olinho (4), Petrasso (-) e Karse (-).
As reações dos treinadores
Tiago Margarido (Nacional): Penso que foi um grande jogo de futebol na ótica do adepto, com emoção, bastantes golos e duas partes distintas. Na primeira parte, não entrámos com a concentração com que deveríamos ter entrado. Mas penso que na segunda parte retificámos isso, colmatando as falhas.
Petit (Rio Ave): Fizemos uma boa primeira parte, com três golos, e ainda podíamos ter feito mais um. Na segunda parte, fizemos o Nacional acreditar e existiram demasiados erros da arbitragem. (…) Houve penálti claríssimo, já vi as imagens. Fazíamos o 4-1 e matávamos o jogo.
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