Cerca de três mil bombeiros estão no terreno a combater os incêndios. O de Arouca é o que mobiliza mais meios, mas o de Ponte da Barca e Niza também preocupam as autoridades. Em Santarém, o fogo está agora em fase de resolução, mais de 300 operacionais continuam no local. António Rodrigues, comandante dos Bombeiros da Pontinha e investigador na área da Proteção Civil, aponta para dois cenários possíveis nas próximas horas e deixa apelos à população.

“Ou as coisas pioram de uma forma drástica. Haverá um maior número sucessivo de ignições à medida que a temperatura vai aumentando e que os incêndios que ainda correm façam novas projeções ou existam outras ignições, esse é o o cenário de facto começará a exigir maior atenção e maior esforço do dispositivo no terreno, aí para finais da manhã

O segundo cenário é, de facto, manterem-se algumas condições favoráveis, o que não é a tendência, e não surgirem novas ignições, o que permitirá para manter o dispositivo que existe no terreno para executar a consolidação e a posterior vigilância dos perímetros ardidos e, aos poucos, ganhar resiliência para o novo embate que é expectável, atendendo à previsão meteorológica até dia 5, 6, 7 de agosto”, explica António Rodrigues.

O comandante dos Bombeiros da Pontinha alerta para comportamentos de risco e deixa um apelo à população.

“Gostaria de apelar a uma sensibilidade. Estamos em época de festas pelo país fora. É recorrente verificarmos que há o lançamento de fogos de artifício. Coibam-se, por favor, não lancem fogos de artifício. É com muita facilidade que eles provocam ignições múltiplas e depois, num cenário de circunstâncias de nível de risco tão elevado como o que estamos a viver, isso irá provocar no mínimo um incêndio, eventualmente danos a terceiros e, na pior das hipóteses, mortos a pessoas”.

“Protejam-se, sigam as indicações das autoridades, não se coloquem em risco a troco de proteção de um bem, quando quase é impossível defendê-lo, não se coloquem em risco porque ao fazê-lo vão fazer com que equipas de socorro vão em seu socorro e se coloquem também em risco. Não arrastem ninguém para a situação de risco, protejam-se, por favor, e colaborem com as indicações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, apela António Rodrigues.