A bordo do Royal Research Ship (RRS) Discovery, atracado na Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa, a história está pregada às paredes, das pinturas em tela às fotografias. Retratam os vários navios com o mesmo nome venturoso: Descoberta. Um símbolo britânico cujo desenvolvimento acompanhou todo o século XX, não faltando sequer a rainha Isabel II, fotografada a preto e branco e eternizada numa das divisões do navio.

O Discovery — ou “a Discovery”, como deve ser designada na gíria náutica em inglês, em que os navios são femininos — está entre os navios de investigação científica oceânica mais conhecidos a nível mundial, e é operado pelo Centro Nacional de Oceanografia em Southampton. No currículo conta com 190 expedições. O nome Discovery remonta a muitos anos atrás. Foi em 1901 que surgiu o primeiro navio de investigação científica, que em 1925 se tornou o primeiro navio de investigação real, isto é, que navega com Mandado Real. Passados mais de cem anos, a aventura é feita no Discovery 4.

Quem se interroga sobre a presença do colosso de cerca de 100 metros de comprimento em Lisboa não se recordará que a história do Discovery 3 esteve também ligada a Portugal. “Em 1992, sofreu uma significativa reconversão e ampliação em Viana do Castelo, no norte do país”, conta o capitão, Stewart Mackay, durante a visita à embarcação em que o Expresso participou.

Próxima missão é no Mediterrâneo

Naquela época, há mais de 30 anos, o navio foi alongado em 11 metros, para ajudar a apoiar a experiência mundial de circulação que estava a decorrer internacionalmente na década de 1990. “Portanto, existe uma ligação do Discovery a Portugal, e estamos muito felizes por estarmos aqui hoje, como Discovery 4, em Lisboa.”